Síndrome do álcool fetal
Os sinais iniciais da síndrome do álcool fetal são leves mas clássicos: malformações faciais como um lábio superior elevado e plano, pequena abertura dos olhos e um nariz curto.
Os pesquisadores queriam saber se esses sinais faciais poderiam ajudá-los a descobrir quanto de álcool é necessário que se tome, e em que fase da gravidez, para causar esses e outros problemas que durarão pela vida toda.
Basta algumas taças de vinho
Eles coletaram fortes evidências de que apenas umas poucas taças de vinho tomadas num período de uma hora nas primeiras semanas de gravidez, tipicamente antes que a mulher saiba que está grávida, aumentam a morte celular. São deixadas muito poucas células para que elas consigam formar adequadamente a face e possivelmente o cérebro e a medula óssea.
"É bem conhecido o fato de que, quando você bebe, você tem uma agitação. Mas cerca de duas horas mais tarde ao menos o impacto inicial já se foi," diz o Dr. Erhard Bieberich, bioquímico do Medical College of Georgia, nos Estados Unidos. "Mas seu feto pode ter sofrido um dano irreversível."
Morte das células da crista neural
O Dr. Bieberich acredita que os danos resultam da morte das células da crista neural, células versáteis que viajam muito durante o desenvolvimento, ajudando em última instância a formar os ossos, cartilagens, tecidos conectivos, o coração e muito mais.
Essas células estão se desenvolvendo ao mesmo tempo que as células neurais que formam o cérebro e a medula óssea. Conseqüentemente, as anormalidades faciais no recém-nascido também podem indicar problemas com aprendizado, memória, visão, audição e outros.
Algumas células precisam morrer durante o desenvolvimento fetal. "Há sempre um balanço muito delicado entre as células que nascem e as células que morrem," diz o Dr. Bieberich. "É um período muito ativo desse equilíbrio, porque normalmente você desenvolve um excesso de tecido e mais tarde faz com que ele se funda para adquirir um formato específico."
"Os dedos se formam porque o tecido interdigital morre. Se ele não morresse, nós teríamos remos em vez de mãos com dedos."
Distúrbio que o álcool causa sobre o metabolismo
O excesso de morte celular provavelmente resulta do distúrbio que o álcool causa sobre o metabolismo dos lipídios que ajudam as células-tronco que se formam no primeiro dia de vida a encontrar direção e objetivo," diz ele.
Sua pesquisa está permitindo que ele compare a perda celular em camundongos submetidos a diferentes níveis de consumo de álcool com a perda normal que ocorre durante o desenvolvimento.
Danos cognitivos e danos cerebrais
Seu foco são essas células da crista neural, que ajudam a formar a parte superior do crânio. Algumas células da crista neural permanecem no cérebro e compartilham fatores de crescimento com as células neurais tubulares. Danos cognitivos e outros danos cerebrais são difíceis de se quantificar em fase tão inicial do desenvolvimento, mas os camundongos que perdem as células da crista neural também apresentam problemas com o desenvolvimento cranial e cerebral.
Suas medições irão dar às mulheres uma idéia melhor do risco do consumo de álcool e apontar uma forma para reduzir esse risco. "Você tem que tornar as pessoas conscientes da ciência por trás do risco," diz ele. "Nós não estamos dizendo que todas as mulheres grávidas que tomarem três ou quatro taças de vinhos em um curto período terão um bebê com defeitos de nascimento, mas isso eleva o risco."
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