09/01/2018

Ácido fólico no fim da gravidez pode aumentar risco de alergias

Redação do Diário da Saúde
Ácido fólico no fim da gravidez pode aumentar risco de alergias
O ácido fólico do pai também influencia a saúde do bebê.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Ácido fólico e alergias

Tomar ácido fólico é uma das primeiras orientações que as grávidas recebem de seus médicos logo no primeiro exame pré-natal.

Contudo, tomar ácido fólico no final da gravidez pode aumentar o risco de alergias nos bebês.

Foi o que demonstrou a equipe da professora Amy Wooldridge, da Universidade de Adelaide (Austrália).

Ácido fólico

O ácido fólico, um tipo de vitamina B, é importante para prevenir defeitos no tubo neural - o precursor do sistema nervoso central - nos fetos em desenvolvimento.

O tubo neural se desenvolve no primeiro mês de gravidez, por isso os médicos geralmente recomendam que as mulheres tomem um suplemento de ácido fólico durante o primeiro trimestre da gravidez.

A suplementação contínua, no entanto, pode não ser necessária nos estágios mais avançados da gravidez e pode de fato aumentar o risco de alergias.

Alergias na infância

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que uma forma de restrição de crescimento no útero, chamada restrição do crescimento intra-uterino, muitas vezes resultando em menores pesos de nascimento, parece ter um efeito protetor contra as alergias.

Os pesquisadores australianos usaram essa condição como base para avaliar os efeitos da ingestão tardia do ácido fólico. Para isso, eles estudaram cordeiros nascidos de três grupos de ovelhas: mães com placenta menor do que a normal ("restrita"); mães com uma placenta menor que também receberam altas doses de um suplemento que incluía ácido fólico no último mês de gestação ("suplemento restrito"); e mães com placenta normal e dieta normal ("controle").

O grupo restrito apresentou níveis mais elevados de inflamação, mas nenhuma diferença em relação aos outros grupos na reação da pele à exposição aos ácaros do pó. No entanto, quando testados com proteína branca do ovo, os grupos de suplemento restrito e controle apresentaram maiores taxas de reação alérgica do que o grupo restrito.

O aumento da resposta alérgica em um teste, mas não no outro, sugere que o suplemento de ácido fólico reduziu parcialmente a proteção que já havia sido observada em gravidezes com crescimento restrito.

"Os pacientes devem ser aconselhados sobre o potencial de aumentar os riscos de alergia à progênie pela continuação da suplementação de ácido fólico para a gravidez como um todo," escreveram os pesquisadores.

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