Ver arte aumenta o bem-estar ao dar sentido à vida

Quadro "A Noite Estrelada", de Vincent Van Gogh, pintado em 1889.
[Imagem: CC0 Public Domain]

Arte e bem-estar

Se você gosta de museus e obras de arte, continue visitando suas galerias preferidas. Se não, talvez seja hora de começar. E não ter um museu por perto não é desculpa, porque dá para tirar proveito da arte em qualquer lugar, garantem cientistas.

Uma pesquisa demonstrou que o simples ato de olhar para uma obra de arte visual aumenta o bem-estar das pessoas - e esse benefício pode ser obtido tanto em uma galeria de arte quanto em um ambiente hospitalar.

As obras de arte usadas na pesquisa incluem peças famosas como O Grito, de Edvard Munch, A Noite Estrelada, de Vincent Van Gogh e outras peças de arte moderna e contemporânea.

"As pessoas costumam pensar na arte como um luxo, mas nossa pesquisa sugere que assistir à arte - seja como um hobby ou como uma intervenção direcionada à saúde - pode contribuir significativamente para o bem-estar," disse MacKenzie Trupp, da Universidade de Viena (Áustria).

Pesquisas anteriores já haviam sugerido que a visualização de obras de arte pode influenciar o humor ou o estresse, mas as conclusões eram limitadas e inconsistentes. Por isto, Trupp e seus colegas decidiram examinar tudo o que havia sido feito antes, décadas de pesquisas científicas dispersas. O resultado é a primeira visão geral clara e abrangente de quando, onde e por que a visualização de arte promove o bem-estar.

Arteterapia

A revisão selecionou 38 estudos publicados anteriormente como sendo de alta qualidade. Essas pesquisas abrangeram um total de 6.805 participantes e uma ampla gama de tipos de arte, incluindo pinturas figurativas, abstratas, modernas e contemporâneas, fotografia, escultura e instalações.

A conclusão geral é que observar arte pode melhorar o bem-estar eudemônico, um bem-estar associado ao significado da vida e ao crescimento pessoal.

Esses benefícios de promoção do bem-estar foram observados em diversos locais - em museus e galerias, bem como em clínicas e hospitais, e até por meio da realidade virtual.

Com isto, os pesquisadores conclamam os profissionais de saúde e formuladores de políticas a integrar a arteterapia às estratégias de saúde mental como um recurso de baixo custo e fácil acesso. "Ao reformular a arte como um recurso de bem-estar acessível e de baixo custo, esta pesquisa abre possibilidades interessantes para integrar a arte em ambientes cotidianos e estratégias de saúde pública," concluiu Trupp.