07/08/2024

Valorização do próprio corpo varia entre culturas

Redação do Diário da Saúde
Valorização do próprio corpo varia entre culturas
A imagem corporal é um fenômeno multifacetado e complexo que encapsula como pensamos, nos comportamos e sentimos em relação ao nosso corpo.
[Imagem: Sierra Koder/Pexels]

Valorização do próprio corpo

Pessoas de diferentes culturas apresentam semelhanças e diferenças na forma como valorizam o corpo, como lidam com a pressão envolvendo a valorização corporal e como internalizam os ideais de magreza.

A imagem corporal é um fenômeno multifacetado e complexo que molda muito de como pensamos, como nos comportamos e como sentimos em relação ao nosso corpo e ao corpo dos outros. A maior parte das pesquisas científicas sobre a imagem corporal tem-se concentrado em mulheres jovens, brancas e ocidentais, e mais na imagem corporal negativa, em vez de na positiva.

Louise Hanson e colegas da Universidade de Durham, no Reino Unido, queriam fazer diferente, e então examinaram a valorização do corpo levando em conta também pensamentos e sentimentos positivos em relação ao próprio corpo e incluindo participantes não só de países ocidentais (Austrália, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos), mas também da China e da Nigéria. Uma amostra final de 1.186 mulheres respondeu a questionários mais completos e foi incluída na análise.

Autoimagem corporal

Os resultados não revelaram diferença significativa na satisfação corporal entre mulheres de diferentes idades, mas apareceu uma variação significativa entre as culturas.

As mulheres negras nigerianas tiveram a maior apreciação corporal, seguidas pelas mulheres chinesas do Leste Asiático, com as mulheres brancas ocidentais relatando a menor apreciação corporal. Isto sugere que a etnia e a cultura são influências importantes na valorização do próprio corpo e podem atuar como fatores de proteção que promovem uma imagem corporal positiva.

Uma elevada internalização do ideal de magreza e a alta pressão percebida sobre a aparência por parte da família, dos colegas e da mídia mostraram-se associadas à menor valorização do corpo. Mas essa internalização variou de acordo com a idade em algumas culturas: Mulheres brancas ocidentais e negras nigerianas mais velhas relataram menor internalização do ideal de magreza do que as mulheres mais jovens, mas as mulheres chinesas experimentaram a mesma internalização do ideal de magreza ao longo da vida.

No cômputo geral, as mulheres mais velhas relataram menor pressão sociocultural percebida do que as mulheres mais jovens; as mulheres brancas ocidentais sentiram mais a pressão dos meios de comunicação social do que as mulheres negras nigerianas e as chinesas, mas as mulheres chinesas relataram a maior pressão dos seus pares. Os resultados também mostraram que as mulheres negras nigerianas sentem a menor pressão sociocultural em geral, enquanto as mulheres chinesas relataram a maior pressão.

"Descobrimos que a apreciação corporal é relativamente estável em todas as idades e a pressão sociocultural é evidente em todas as culturas. No entanto, a extensão em que esta pressão foi sentida e de onde ela veio diferiu entre as culturas," concluiu a equipe.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Examining body appreciation in six countries: The impact of age and sociocultural pressure
Autores: Louise Nicole Hanson, Alexis Gott, Megan Tomsett, Elozino Useh, Eloise Yeadon-Caiger, Rachel Clay, Jiamin Fan, Kennice Hui, Hongdi Wang, Elizabeth Helen Evans, Dorothy Cowie, Lynda Gaynor Boothroyd
Publicação: PLoS ONE
DOI: 10.1371/journal.pone.0306913
Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Auto-imagem

Gênero

Felicidade

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.