Você é ambicioso e se julga um bom líder? Seus colegas não concordam

Ao contrário, há uma demonstração clara de um casamento perfeito entre liderança e humildade.
[Imagem: Gerado por IA/DALL-E]

Ambição e liderança

Será que pessoas ambiciosas são boas líderes?

É bem sabido que a ambição pode levar algumas pessoas a se esforçarem por assumir papéis de liderança, mesmo que possam não estar preparadas para isso.

Mas será que há uma incompatibilidade intrínseca entre as qualidades que motivam as pessoas a se esforçarem por alcançarem posições de liderança e as qualidades que as tornam boas líderes? Alguém ambicioso, cheio de preocupações consigo mesmo, poderá vir a se tornar sensível aos outros a ponto de fazer com que cada um dê o melhor de si para a equipe?

Em busca de uma resposta, Shilaan Alzahawi e seus colegas da Universidade de Stanford (EUA) pediram a 472 executivos, que participavam de um programa de desenvolvimento de liderança, para estimar e classificar sua própria ambição. Os pesquisadores então compararam essas pontuações de ambição com avaliações amplas de liderança, obtidas não apenas dos autorrelatos dos próprios executivos, mas também dos seus atuais gerentes, colegas e subordinados.

Como esperado, a ambição pela liderança aumentou as autoavaliações de eficácia dos ambiciosos/líderes. Ou seja, líderes com alta ambição autorrelatada também se classificaram como sendo líderes altamente eficazes.

A opinião dos demais envolvidos, porém, contou outra história: Os pesquisadores não encontraram nenhuma relação entre a ambição pela liderança e as classificações dos colegas sobre a eficácia da liderança dessas pessoas: Os executivos altamente ambiciosos não foram classificados como mais eficazes em suas funções de liderança por seus gerentes, colegas ou subordinados diretos - em comparação com os executivos que se declararam menos ambiciosos.

Estes resultados sugerem que o grupo de pessoas que se esforça por alcançar papéis de liderança pode ser composto por pessoas ambiciosas que buscam recompensas extrínsecas, como altos salários e status social, e se consideram mais positivamente do que os outros as avaliam. O resultado, obviamente, não será o melhor para a qualidade do trabalho e nem para a produtividade das equipes, simplesmente porque esses indivíduos só se tornarão bons líderes de sua própria carreira.

De acordo com os pesquisadores, a sociedade deveria buscar meios de desenvolver abordagens alternativas para escolher e treinar seus líderes.