O Uruguai tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar e regulamentar a produção, venda e o consumo da maconha, ou marijuana.
Naquele país, o consumo de maconha ou de qualquer outra droga não é considerado crime há 40 anos, mas era proibido comprar e vender os produtos.
A nova lei acaba com essa proibição em busca de uma alternativa à guerra contra as drogas, que está sendo perdida no mundo todo.
Estima-se que 28 mil uruguaios (5% da população entre 15 e 65 anos) fumam um cigarro de maconha por dia. Comparado com outros países, é um mercado pequeno, mas que movimenta US$ 40 milhões ao ano e tem crescido, apesar das políticas de combate ao narcotráfico.
O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, quer que o Estado controle o comércio e uso dessa droga - a quarta mais consumida no país, depois das bebidas alcoólicas, cigarros e remédios psiquiátricos.
Plantio legal de maconha
Pela nova lei - que deve levar cerca de 120 dias para ser regulamentada e colocada em prática - o governo vai distribuir licenças para o cultivo de até 40 hectares de maconha, que será usada em pesquisas científicas, na indústria e para consumo recreativo.
Os consumidores - residentes uruguaios maiores de 18 anos e devidamente registrados - terão direito a comprar até 40 gramas por mês nas farmácias, a preços inferiores aos do mercado ilegal.
E quem quiser pode plantar até seis pés de maconha em casa, que deverão ser declarados às autoridades.
Os defensores da lei argumentam que a "guerra contra as drogas", implementada durante as últimas décadas, fracassou no Uruguai e em outros países.
Em 2016, a Organização das Nações Unidas vai rever as políticas de combate ao narcotráfico e seus resultados.
Segundo Diego Pieri, que fez campanha pela aprovação da lei uruguaia, nos últimos anos mais países e até estados norte-americanos têm buscado alternativas para regular o mercado em vez de tentar destruí-lo com armas.
"Os ventos estão mudando, mas vai levar tempo para convencer outros países a mudar de estratégia", disse Pieri. "Por isso mesmo o presidente Mujica pediu apoio internacional à sua iniciativa".
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