10/03/2022

Terapia experimental elimina tumor cerebral hoje incurável

Redação do Diário da Saúde
Terapia experimental elimina tumor cerebral hoje incurável
Os tumores desapareceram completamente após a terapia combinada (embaixo).
[Imagem: Nabil Hajji et al. - 10.1172/JCI142137]

Terapia contra glioblastoma

Atualmente, o glioblastoma, um câncer do cérebro, é uma doença terminal cuja expectativa média de vida após o diagnóstico é inferior a 2 anos.

Os tratamentos atualmente aplicados baseiam-se em terapias desenvolvidas há mais de 30 anos, sem qualquer avanço significativo para combater eficientemente esse tipo de tumor.

Mas pode estar surgindo uma esperança de uma terapia eficaz para o tratamento do glioblastoma: O uso concomitante do medicamento ADI-PEG20, que elimina a arginina sistêmica, em combinação com a aplicação de radioterapia cerebral focal.

Este duplo tratamento conseguiu eliminar completamente o tumor nos modelos animais utilizados nos primeiros experimentos. Todos os animais morreram apenas posteriormente, de causas naturais, sem apresentar qualquer manifestação da doença.

"Com este novo tratamento conseguimos curar os animais de uma doença agressiva e terminal," disse o Dr. Manuel Soto, do Instituto de Biomedicina de Sevilha (Espanha). "As análises post-mortem detectaram como a resposta imune cerebral, e fundamentalmente, as células da microglia, foram ativadas durante o tratamento, direcionando seu ataque contra as células tumorais, facilitando assim a eliminação completa do tumor".

Terapia experimental elimina tumor cerebral hoje incurável
A equipe conseguiu desvendar os mecanismos de ação responsáveis por eliminar o tumor.
[Imagem: Nabil Hajji et al. - 10.1172/JCI142137]

Ensaio clínico

Os dados obtidos nestes experimentos com cobaias representam uma esperança para o tratamento de pacientes com esse tipo de tumor.

Independentemente dos bons resultados de alguns novos fármacos anticancerígenos, sua eficácia no sistema nervoso central é atualmente muito limitada, em grande parte devido à dificuldade de fazer o medicamento chegar às células cancerosas alojadas dentro do cérebro, bem protegido pela barreira hematoencefálica.

Também é interessante notar que existe um ensaio clínico (NCT04587830) focado em outro tipo específico de paciente com glioblastoma, baseado no uso do mesmo medicamento, cujos resultados vêm-se mostrando bastante promissores.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Arginine deprivation alters microglia polarity and synergises with radiation to eradicate non arginine auxotrophic glioblastoma tumors
Autores: Nabil Hajji, Juan Garcia-Revilla, Manuel Sarmiento Soto, Richard Perryman, Jake J. Symington, Chad C. Quarles, Deborah R. Healey, Yijie Guo, Manuel Luis Orta-Vázquez, Santiago Mateos-Cordero, Khalid Shah, John Bomalaski, Giulio Anichini, Andreas G. Tzakos, Timothy Crook, Kevin O'Neill, Adrienne C. Scheck, Jose Luis Venero, Nelofer Syed
Publicação: The Journal of Clinical Investigation
DOI: 10.1172/JCI142137
Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Câncer

Desenvolvimento de Medicamentos

Tratamentos

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.