Spray nasal sem medicamento previne quase 100% das infecções respiratórias

Patógenos inalados junto com gotículas respiratórias entram pelo revestimento nasal, causando infecções respiratórias. O novo spray, sem medicamento, impede essa invasão.
[Imagem: Randal McKenzie/McKenzie Illustrations.]

Spray sem medicamento

Um fármaco aplicado em forma de spray mostrou proteção de amplo espectro contra infecções respiratórias por covid-19, gripe, vírus do resfriado comum e bactérias causadoras de pneumonia.

A maioria dos vírus entra em nosso organismo pelo nariz. E também saem por ele ou pela boca: Quando pegamos uma infecção transmitida pelo ar, como gripe ou covid, expiramos pequenas gotículas de fluidos que contêm o patógeno. Pessoas saudáveis ao nosso redor respiram essas gotículas e os patógenos, que se fixam dentro do nariz delas e infectam as células que revestem as passagens nasais. O patógeno se replica e pode ser liberado de volta ao ar quando um indivíduo doente, quer saiba ou não, espirra, tosse, ri, canta ou até mesmo respira.

A novidade é que o spray não contém exatamente um medicamento ativo. A equipe do Brigham and Womens Hospital (EUA) formulou a substância usando ingredientes do Banco de Dados de Ingredientes Inativos (IID), que foram usados anteriormente em sprays nasais aprovados, ou da lista Geralmente Reconhecidos como Seguros (GRAS), ambos da autoridade de saúde norte-americana (FDA). A formulação foi batizada de PCANS, sigla em inglês para Spray de Captura e Neutralização de Patógenos.

"Desenvolvemos uma formulação sem medicamentos usando esses compostos para bloquear germes de três maneiras - A PCANS forma uma matriz semelhante a um gel que captura gotículas respiratórias, imobiliza os germes e os neutraliza efetivamente, prevenindo infecções," contou o professor Nitin Joshi, coordenador da pesquisa.

A substância reforça em mais de 100 vezes a barreira mecânica já existente em nosso sistema respiratório, o que foi suficiente para neutralizar praticamente 100% de todos os vírus e bactérias que a equipe testou, incluindo influenza, SARS-CoV-2, RSV, adenovírus e K Pneumonia.

Esses experimentos foram todos feitos em animais de laboratório, e agora a equipe pretende cumprir os trâmites burocráticos para iniciar os testes em humanos.