O problema de resolver os problemas
Embora esteja longe de ser perfeito por praticamente qualquer medida - seja taxas de pobreza, violência, acesso à educação, racismo e preconceito, desigualdade ou qualquer outro indicador - o mundo continua a melhorar.
Por que, então, as pesquisas mostram consistentemente que as pessoas acreditam no contrário?
A resposta pode estar em um fenômeno chamado "mudança de conceito induzida por prevalência", afirmam David Levari e Daniel Gilbert, da Universidade de Harvard (EUA).
Em termos menos técnicos, isso significa que, quando a humanidade resolve seus problemas, os que ficam parecem mais graves.
Uma série de experimentos mostrou que, à medida que a prevalência de um problema se reduz - quando o problema se torna menos frequente -, os seres humanos tornam-se naturalmente inclinados a redefinir o próprio problema.
O resultado é que, à medida que o problema se torna menos frequente, as conceituações das pessoas sobre esse problema tornam-se maiores, o que pode levá-las a perder o fato de que elas resolveram esse problema em larga medida.
Quando o problema parece maior
"Nossos estudos mostram que as pessoas julgam cada nova instância de um conceito no contexto das instâncias anteriores.
"Assim, à medida que reduzimos a prevalência de um problema, como a discriminação, por exemplo, julgamos cada novo comportamento no contexto melhorado que criamos.
"Outra maneira de dizer isso é que resolver problemas nos leva a expandir nossas definições dele - quando os problemas se tornam raros, contamos mais coisas como problemas.
"Nossos estudos sugerem que, quando o mundo melhora, nós nos tornamos críticos mais duros, e isso pode nos levar a concluir erroneamente que [o mundo] não melhorou de fato. O progresso, pelo menos é o que parece, tende a mascarar a si mesmo," detalhou Gilbert.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Comportamento | Ética | Emoções | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.