05/11/2012

Células-tronco serão testadas contra doença dos olhos

Com informações da Agência Fapesp
Células-tronco embrionárias serão testadas contra degeneração macular
Segurança de terapia celular para degeneração macular relacionada à idade começará a ser avaliada em humanos no início de 2013.
[Imagem: NIH]

Curativo de células-tronco

Uma terapia baseada em células-tronco embrionárias para degeneração macular relacionada à idade (DMRI) - principal causa de cegueira entre idosos - começará a ser testada em humanos no início de 2013.

O anúncio foi feito pelo cientista britânico Pete Coffey, da University College London, durante o 7º Congresso Brasileiro de Células-Tronco e Terapia Celular, realizado em São Paulo.

A técnica consiste em aplicar na região afetada da retina uma espécie de curativo contendo células-tronco embrionárias já diferenciadas em células da retina.

O procedimento já foi testado com sucesso em ratos, camundongos e porcos.

"Agora, vamos testá-la em dez pacientes. Um grupo pequeno e bem específico no início, pois o objetivo é avaliar a segurança do tratamento", disse Coffey.

Degeneração macular

Segundo o pesquisador, a DMRI (Degeneração Macular relacionada à idade) acomete a região central da retina, conhecida como mácula, onde há grande concentração de fotorreceptores responsáveis pela visão de cores e detalhes.

Abaixo dessa camada de fotorreceptores, existe o epitélio pigmentado e, ainda mais abaixo, a membrana de Bruch.

O envelhecimento dos indivíduos predispostos à doença faz com que restos celulares comecem a formar cristais no fundo do olho conhecidos como drusas, que destroem os fotorreceptores e provocam proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina.

Isso afeta a integridade da mácula e compromete a visão central e a capacidade de distinguir cores.

Degeneração macular seca e úmida

A doença é comum em pacientes com mais de 55 anos e chega a atingir mais de 25% das pessoas acima de 75 anos.

Cerca de 90% dos casos correspondem à forma seca da doença, de evolução lenta e ainda sem tratamento.

Os demais pacientes apresentam a forma úmida, bem mais agressiva e caracterizada por hemorragias que comprometem o tecido da retina.

O tratamento atual consiste em aplicação de lasers ou injeção de drogas que inibem a formação de novos vasos sanguíneos na região.

"Nos casos mais graves, a camada intermediária da retina (epitélio pigmentado) se rompe levando à perda de visão nesse ponto. Esses casos são os que pretendemos tratar [com as células-tronco]", disse Coffey.

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