Self infantil
Crianças pequenas têm um sentido de si próprias - self - que não é muito diferente do que o apresentado pelas crianças mais velhas e mesmo pelos adultos.
Isso indica que nossa capacidade de pensar sobre nossa autoestima como indivíduos se desenvolve bem no início da vida - e também sugere que a falta dessa capacidade pode incutir o desânimo e o desencorajamento frente à vida mais cedo do que os psicólogos pensavam.
"Os autoconceitos das crianças pequenas não são qualitativamente diferentes dos de crianças e adultos mais velhos," ressalta o professor Andrei Cimpian, da Universidade de Nova York (EUA). "As crianças pequenas podem pensar sobre si mesmas como possuindo traços e habilidades abstratas, e também podem argumentar sobre sua autoestima, o que tem implicações para essa autoestima.
"No entanto, esse nível de maturidade de ponderar sobre o eu também significa que as crianças pequenas podem se abater diante do fracasso, não sendo os otimistas intrépidos que as teorias anteriores descrevem. À luz deste novo trabalho, precisamos pensar cuidadosamente a respeito e investigar maneiras de apoiar a motivação das crianças pequenas e seu envolvimento com atividades importantes, mas muitas vezes difíceis, como a escola," detalhou Cimpian.
Autoestima
Os cientistas sempre defenderam que as crianças pequenas pensam em si mesmas em termos concretos e comportamentais e, ao contrário dos adultos ou das crianças mais velhas, seriam cognitivamente incapazes de ponderar sobre suas próprias características ou seu valor como indivíduos.
A equipe de Cimpian testou essa teoria em uma série de experimentos com crianças de quatro a sete anos de idade. Os pesquisadores apresentaram-lhes vários cenários hipotéticos - comumente empregados nas pesquisas de psicologia para essa faixa etária - que variaram em vários aspectos. Neles, as crianças precisavam imaginar situações encorajadoras - "Você vai conseguir" - e desencorajadoras - por exemplo, que não conseguiriam completar uma tarefa, como resolver um quebra-cabeça, mesmo que tentassem com afinco.
Os resultados mostraram que mesmo crianças de quatro anos de idade podem raciocinar de forma flexível sobre suas habilidades e seu senso global de autoestima com base no contexto, e isto afeta seu comportamento e seu rendimento nas tarefas.
Por exemplo, as crianças apresentaram uma pior avaliação de suas próprias habilidades, mas não da sua autoestima global, quando lhes foi dito que não conseguiram completar uma tarefa que era fácil. Por outro lado, elas diminuíram sua avaliação de sua autoestima global, mas não de suas habilidades, quando lhes foi dito que falharam em uma tarefa solicitada pelo adulto (versus autoiniciada) - em outras palavras, o envolvimento do adulto e o não-atendimento à sua expectativa afetou negativamente a autoestima, independentemente de se tratar de uma tarefa fácil ou difícil.
"Esta evidência revela uma continuidade surpreendente entre os autoconceitos das crianças pequenas e das crianças e adultos mais velhos. No entanto, mais importante, nossos resultados mostram o impacto que o outro pode ter sobre o senso de autoestima das crianças em uma idade muito jovem.
"Assim, é importante que pais e educadores entendam que nossas crianças podem ficar mais desanimadas do que nos dávamos conta anteriormente, e buscar maneiras de promover um ambiente de aprendizagem produtivo," recomendou o professor Cimpian.
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