23/12/2024

Biochip alimentado por sangue faz exames médicos sem precisar ir ao laboratório

Redação do Diário da Saúde
Biochip alimentado por sangue faz exames médicos sem precisar ir ao laboratório
Esquema e protótipo do microlaboratório portátil alimentado por sangue.[Imagem: Jianzhe Luo et al. - 10.1002/adma.202403568]

Diagnóstico no local

O diagnóstico de doenças metabólicas, como diabetes e osteoporose, é normalmente feito por meio de um exame de sangue, mas como a infraestrutura de saúde existente em áreas remotas não é capaz de dar suporte a esses testes, a maioria dos indivíduos não é diagnosticada nem tratada.

Os métodos convencionais também envolvem processos trabalhosos e invasivos que tendem a ser demorados e inviabilizam o monitoramento em tempo real, particularmente em ambientes da vida real e em populações rurais.

Para lidar com essas dificuldades, pesquisadores desenvolveram um novo dispositivo que utiliza o sangue para gerar eletricidade e então medir sua própria condutividade, fazendo o exame todo em um único aparelho, o que abre as portas para um atendimento médico em qualquer local - você não precisará ir ao laboratório fazer o exame.

"À medida que os campos da nanotecnologia e da microfluídica continuam a avançar, há uma oportunidade crescente de desenvolver dispositivos do tipo biochip capazes de contornar as restrições dos cuidados médicos modernos," disse o professor Amir Alavi, da Universidade de Pittsburgh (EUA). "Essas tecnologias podem potencialmente transformar os cuidados de saúde, oferecendo diagnósticos rápidos e convenientes, melhorando, em última análise, os resultados para os pacientes e a eficácia dos serviços médicos."

Condutividade elétrica do sangue

A nova tecnologia se baseia na condutividade elétrica do sangue, uma métrica valiosa para avaliar vários parâmetros de saúde e detectar condições médicas. Essa condutividade é predominantemente governada pela concentração de sais essenciais, nomeadamente íons de sódio e cloreto. Esses eletrólitos são essenciais para uma infinidade de processos fisiológicos, ajudando os médicos a confirmar um diagnóstico.

"O sangue é basicamente um ambiente à base de água que possui várias moléculas que conduzem ou impedem correntes elétricas," explicou Alan Wells, membro da equipe. "A glicose, por exemplo, é um condutor elétrico. Através dessas medições conseguimos ver como ela afeta a condutividade. Assim, nos permite fazer um diagnóstico na hora."

A equipe projetou um autêntico microlaboratório, ou laboratório em um chip, mas com uma vantagem: O biochip já vem dotado do seu próprio nanogerador de energia. O sangue é usado como substância condutora dentro de um nanogerador triboelétrico integrado, ou TENG, que converte energia mecânica em eletricidade.

Esse mecanismo de autoalimentação permite a miniaturização do biochip, tornando-o totalmente portátil. A equipe também usou modelos de inteligência artificial para estimar diretamente a condutividade elétrica do sangue usando os padrões de voltagem gerados pelo dispositivo.

Para testar sua precisão, a equipe comparou os resultados do biochip com um teste tradicional, e as medições bateram. Isto abre as portas para levar os testes até onde as pessoas vivem. Além disso, os nanogeradores movidos a sangue são capazes de funcionar no corpo onde quer que haja sangue presente, permitindo diagnósticos autoalimentados usando a química sanguínea local.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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