Citomegalovírus humano
Uma equipe de cientistas do País de Gales clonou com sucesso pela primeira vez um vírus humano, oferecendo uma nova esperança para o tratamento de doenças potencialmente fatais.
O citomegalovírus humano (HCMV) é a principal causa infecciosa de malformações congênitas em todo o mundo. O vírus também é conhecido por provocar doenças fatais em pacientes transplantados e em pessoas com HIV/AIDS.
O desenvolvimento de novos tratamentos para essas condições tem sido dificultada pelo fato de que os cientistas não conseguiam até agora replicar de forma estável o citomegalovírus fora do corpo humano, um passo essencial para ele seja estudado.
Genoma do vírus
"O citomegalovírus humano tem de longe o maior genoma de todos os vírus que afetam os seres humanos - consequentemente ele era tecnicamente difícil de ser clonado de forma intacta em laboratório," explica o Dr. Richard Stanton, da Universidade de Cardiff.
Os cientistas superaram essa dificuldade identificando os genes que causam a a instabilidade do vírus fora do corpo humano.
"Após a identificação destes genes, nós desenvolvemos células nas quais nós podemos cultivar o vírus que corresponde àquele que existe no corpo humano," explica o pesquisador.
A clonagem do citomegalovírus humano vai ajudar os virologistas no desenvolvimento de antivirais e de vacinas contra o vírus. "Pela primeira vez pudemos criar uma cópia exata do vírus fora do corpo humano, um passo decisivo no desenvolvimento de novos tratamentos," diz Stanton.
Alvo prioritário de vacinas
Agora o vírus clonado está sendo distribuído para laboratórios de pesquisa em todo o mundo, e está sendo testado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como parte de um estudo para desenvolver uma norma internacional de diagnóstico para comparar estudos clínicos feitos por diversas equipes.
O citomegalovírus humano foi selecionado como o alvo prioritário para o desenvolvimento de vacinas pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos.
Para desenvolver vacinas, agentes antivirais e estudar melhor as doenças, é fundamental que os cientistas trabalhem com um vírus que represente com precisão o vírus presente nos pacientes. O vírus clonado vai permitir isso.
O estudo foi publicado no The Journal of Clinical Investigation.
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