28/03/2018

Uso de medicina complementar e alternativa reduz receitas de antibióticos

Redação do Diário da Saúde
Uso de medicina complementar e alternativa reduz receitas de antibióticos
O SUS disponibiliza várias terapias alternativas, que têm sido cada vez mais reconhecidas graças às evidências científicas e por sua efetividade prática, verificável pelos pacientes.
[Imagem: PNPIC/Divulgação]

Médicos e antibióticos

Tratamentos e cirurgias com médicos que também têm treinamento em medicina complementar e terapias alternativas são menos propensas a envolver o uso de antibióticos, um dado que pode ser a chave para reduzir a prescrição excessiva desses medicamentos.

A utilização inadequada e excessiva de antibióticos está levando à resistência antimicrobiana a ponto de se tornar um problema para a saúde pública internacional. Vários estudos já demonstraram que tem havido uma prescrição excessiva de antibióticos pelos médicos.

Mas parece que nem todos os médicos se envolvem nessa conduta, conforme mostraram Esther van der Werf e seus colegas da Universidade de Bristol (Reino Unido), em um estudo publicado na revista BMJ Open.

Medicina integrativa

Os médicos variam em comportamento de prescrição por vários fatores, incluindo diferentes visões sobre a medicalização e diferentes diretrizes entre países.

Mas o uso de medicina complementar e alternativa integradas na prática diária - também conhecida como medicina integrativa - é um fator essencial que até agora não havia sido levado em conta.

Dados de 7.274 cirurgias foram analisados e comparados com nove práticas envolvendo médicos que tinham formação em medicina integrativa, focando na prescrição geral de antibióticos, bem como na prescrição desses medicamentos para infecções do trato respiratório e infecções do trato urinário.

A análise mostrou que os médicos com treinamento adicional em medicina integrativa apresentaram taxas significativamente mais baixas de prescrição de antibióticos do que os médicos apenas com a formação convencional. A prescrição de antibióticos para pacientes com infecções do trato respiratório também foi visivelmente menor nas práticas com médicos com conhecimento de medicina integrativa. No entanto, não houve diferença entre os dois tipos de prática quando se tratava de níveis de prescrição de antibióticos para pacientes com infecções do trato urinário.

Os pesquisadores argumentaram que essas práticas integrativas parecem ser mais compatíveis com a orientação geral da Organização Mundial da Saúde para proteger os antibióticos contra as mutações das bactérias que as tornam resistentes, deixando os antibióticos ineficazes.

As diferenças encontradas podem se dever ao fato de que os médicos da medicina integrativa tenham outras linhas de tratamento para oferecer aos pacientes. Mas também há a possibilidade de que os pacientes que buscam médicos de medicina integrativa aceitem menos o uso de antibióticos, reconhecem os pesquisadores.

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