Sonhos conscientes
A busca pela sede da consciência no cérebro tem iludido cientistas há décadas.
O que se percebe é que, durante a vigília, estamos sempre conscientes de nós mesmos.
Durante o sono, ao contrário, não temos essa autopercepção.
Mas há um grupo de indivíduos, conhecidos como sonhadores lúcidos, que conseguem perceber que estão sonhando, e inclusive interferir nesses sonhos.
Agora, os cientistas usaram imagens de ressonância magnética para descobrir o que acontece no cérebro dessas pessoas, em comparação com as demais, que sonham apenas o que seu inconsciente parece querer.
Autorreflexão
A equipe do Dr. Michael Czisch, do Instituto Max Planck (Alemanha), fez imagens do cérebro dos voluntários - alguns sonhadores lúcidos e outros não - usando tomografia de ressonância magnética.
Eles descobriram que a percepção do sonho ativa áreas específicas da rede cortical, incluindo o córtex prefrontal dorsolateral, as regiões frontopolares e o lóbulo quadrado (precuneus).
Todas essas regiões estão associadas com funções chamadas autorreflexivas, quando o indivíduo dá-se conta de si mesmo.
Mistérios da neurociência
A capacidade humana de autopercepção, autorreflexão e consciência estão entre os grandes mistérios não resolvidos da neurociência.
Mesmo com as modernas técnicas de imageamento médico, ainda é impossível visualizar totalmente o que se passa no cérebro quando as pessoas passam de um estado de consciência para um estado inconsciente.
O problema reside no fato de que é difícil monitorar o cérebro durante essa fase de transição.
Isto torna praticamente impossível delinear claramente a atividade do cérebro relativa especificamente à recuperação da autopercepção e da consciência, separando-a das atividades mais gerais do cérebro.
Sonhadores lúcidos
Essa é uma das razões pelas quais os cientistas vêm-se interessando cada vez mais pelos sonhadores lúcidos, pessoas que percebem que estão sonhando e interferem no sonho.
Os sonhadores lúcidos têm acesso às suas memórias durante o sonho, exercem sua vontade para mudar o andamento do sonho, e continuam com percepção total de si mesmos.
O estudo mostrou que a atividade cerebral entre os sonhadores normais e os sonhadores lúcidos não difere muito - as variações ocorrem em poucos segundos, eventualmente mostrando o quanto os sonhos são rápidos.
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