11/07/2018

Para não sofrer de novo, enquadre as lembranças ruins no contexto

Redação do Diário da Saúde
Quando lembranças ruins afloram, foque no contexto para não sofrer de novo
"Em vez de suprimir ou sufocar essas memórias emocionais, nós simplesmente mudamos o foco."
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Memórias negativas

Quando memórias negativas se intrometem em sua mente, trazendo o passado de volta, concentrar-se nos detalhes contextuais do incidente - e não nas suas consequências emocionais - pode ajudar a minimizar a ruptura cognitiva e redirecionar os recursos do cérebro de volta para o presente.

"Todo mundo já passou por algo angustiante no passado recente ou no passado remoto. Essas lembranças podem aparecer em nossas mentes e nos distrair do que quer que estejamos fazendo.

"Entender o que podemos fazer para continuarmos focados é importante, não apenas para pessoas em casos extremos, onde essas memórias podem levar a dificuldades na vida diária - como aquelas com transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade ou depressão - mas para todos," garante Florin Dolcos, professor de psicologia na Universidade de Illinois (EUA).

Concentrar no contexto

Dolcos e seus colegas examinaram como a atividade cerebral e o desempenho em uma tarefa de memória se alteravam quando os participantes eram orientados a se concentrar nos aspectos emocionais ou nos aspectos contextuais de memórias negativas.

"Quando os voluntários se concentraram no aspecto emocional de suas memórias - como se sentiram, incluindo as sensações físicas - seu desempenho cognitivo foi menor em relação às tarefas de controle," disse o pesquisador Alexandru Iordan, da Universidade de Michigan. "Mas, quando eles estavam focalizando os aspectos contextuais não-emocionais, então o desempenho da memória de trabalho não foi impactado. Eles tiveram melhor desempenho nas tarefas e menos efeitos negativos quando focaram no contexto do que quando focaram na emoção."

Os pesquisadores afirmam que a técnica de se concentrar no contexto pode ajudar pessoas que lutam com memórias emocionais intrusivas ou perturbadoras a ter uma resposta rápida pronta para que, quando essas memórias forem acionadas, elas possam se concentrar na tarefa que têm a fazer e mais tarde processar as memórias mais profundamente com outras técnicas, como uma reavaliação cognitiva.

"Isso é importante porque outra estratégia emocional que as pessoas empregam contra tais memórias é a supressão, o que significa engarrafar suas emoções. A supressão está na verdade associada a condições clínicas como ansiedade e depressão, e não é saudável," disse Dolcos. "Em vez de suprimir ou sufocar essas memórias emocionais, nós simplesmente mudamos o foco e trazemos de volta à vida alguns outros aspectos da mesma memória. Isso leva a uma redução no quanto essas memórias interferem com o que estamos fazendo."

O estudo foi descrito em um artigo publicado na revista Cerebral Cortex.

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