19/12/2022

Ioga reduz risco cardiovascular em 10 anos e melhora bem-estar

Redação do Diário da Saúde
Ioga reduz risco cardiovascular de hipertensos e melhora bem-estar
Alguns cientistas acreditam que a conexão entre o nariz e o cérebro pode explicar os benefícios da meditação e da ioga.
[Imagem: CC0 Creative Commons/Pixabay]

Ioga contra pressão alta

Um estudo piloto com duração de três meses, envolvendo pacientes com hipertensão, demonstrou que adicionar ioga a um regime regular de treinamento de exercícios ajuda na saúde cardiovascular e no bem-estar e é mais eficaz do que exercícios de alongamento.

A incorporação da ioga reduziu a pressão arterial sistólica e a frequência cardíaca em repouso e diminuiu o risco de doenças cardiovasculares para os próximos 10 anos.

A ioga faz parte das práticas espirituais e de exercícios de milhões de pessoas em todo o mundo. Com sua prática se tornando uma forma amplamente aceita de exercício, as pesquisas científicas sobre os efeitos da ioga estão aumentando.

E esses estudos têm mostrado que trata-se de uma atividade de estilo de vida multifacetada que, à parte dos benefícios espirituais, pode melhorar a saúde cardiovascular e o bem-estar.

Os exercícios físicos, como os exercícios de alongamento e os componentes físicos das práticas de yoga, têm várias semelhanças entre si, mas também têm diferenças importantes. Foi esta questão que o professor Paul Poirier, da Universidade Laval (Canadá) decidiu analisar.

"Embora haja algumas evidências de que as intervenções e exercícios da ioga tenham resultados cardiovasculares iguais e/ou superiores [aos exercícios tradicionais], há uma variabilidade considerável nos tipos de ioga, incluindo seus componentes, frequência, tempo por sessão, duração e intensidade. Procuramos aplicar uma abordagem científica rigorosa para identificar fatores de risco cardiovascular para os quais a ioga é benéfica para pacientes em risco e formas como ela pode ser aplicada em um ambiente de saúde, como um programa de prevenção primária," explicou Poirier.

Ioga vence alongamento

Os pesquisadores recrutaram 60 indivíduos previamente diagnosticados com pressão alta e síndrome metabólica para um programa de treinamento de exercícios. Durante o regime de intervenção de 3 meses, os participantes foram divididos em 2 grupos, um realizando 15 minutos de ioga estruturada, e outro 15 minutos de alongamento, além de 30 minutos de treinamento aeróbico 5 vezes por semana.

Após 3 meses, houve uma diminuição da pressão arterial sistólica e diastólica em repouso, pressão arterial média e frequência cardíaca em ambos os grupos, mas em níveis bem diferentes: A pressão arterial sistólica foi reduzida em 10 mmHg com a ioga, versus 4 mmHg com alongamento. A ioga também reduziu a frequência cardíaca em repouso e o risco cardiovascular em 10 anos, avaliado usando a pontuação de risco de Reynold.

Embora tenha sido demonstrado que a ioga beneficia pacientes hipertensos, o mecanismo exato subjacente a esse efeito positivo ainda não é totalmente compreendido. Este estudo piloto randomizado mostra que seus benefícios não podem ser atribuídos apenas ao alongamento.

"Como observado em vários estudos, recomendamos que os pacientes tentem encontrar exercícios e alívio do estresse para o controle da hipertensão e das doenças cardiovasculares da forma que acharem mais atraente. Nosso estudo mostra que as práticas estruturadas de ioga podem ser uma adição mais saudável ao exercício aeróbico do que simplesmente fazer alongamento muscular," concluiu o Dr. Poirier.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Impact of Yoga on Global Cardiovascular Risk as an Add-on to a Regular Exercise Regimen in Patients with Hypertension
Autores: Ashok Pandey, Avinash Pandey, A. Shekhar Pandey, Alis Bonsignore, Audrey Auclair, Paul Poirier
Publicação: Canadian Journal of Cardiology
DOI: 10.1016/j.cjca.2022.09.019
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