12/03/2018

Exame detecta infecção anterior pelo zika

Com informações da Agência Fapesp
Exame detecta infecção anterior pelo zika
Exame, que deve chegar ao mercado este ano, identifica anticorpos que permanecem no organismo muitos anos após a fase aguda e conferem imunidade.
[Imagem: Fapesp]

Exame para detecção do zika

Um teste capaz de detectar em amostras de soro sanguíneo anticorpos contra o vírus zika com alta especificidade - e, portanto, baixo risco de reação cruzada com microrganismos aparentados, como o causador da dengue - deve chegar ao mercado brasileiro ainda em 2018.

O método foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e do Instituto Butantan. O teste será comercializado pela empresa Inovatech.

"Está em fase final de desenvolvimento o teste sorológico para detecção de anticorpos do tipo IgG [imunoglobulina G] - aqueles que permanecem no organismo durante muitos anos após a infecção, conferindo imunidade vitalícia. Nossa expectativa é que seja liberado para venda no segundo semestre deste ano," disse a pesquisadora Danielle Bruna de Oliveira, da USP.

Esse tipo de método diagnóstico tem sido apontado como uma das prioridades na área.

Tal ferramenta é essencial para responder a várias questões estratégicas a qualquer plano de ação contra a doença: qual é exatamente o tamanho da epidemia (discriminando casos de dengue e zika com mais precisão, tanto dos surtos atuais como passados)? Qual é a porcentagem de gestantes no grupo de infectados (já imunes)? E, entre as mulheres, quantas correm risco de dar à luz a bebês com problemas neurológicos decorrentes da infecção congênita?

"A ideia é colocar esse teste no rol dos exames de pré-natal. Desse modo, as gestantes cujo resultado for negativo [nunca foram infectadas] passam a tomar mais precauções, como evitar viajar para áreas de risco e usar repelente. Já as que estão imunes podem ficar tranquilas", disse Danielle.

Especificidade

Segundo a pesquisadora, os exames para diagnóstico atualmente disponíveis ou só funcionam na fase aguda da infecção - caso dos métodos moleculares (PCR em tempo real) e cromatográficos que detectam partículas virais circulantes no organismo - ou detectam anticorpos contra o zika com baixa especificidade.

"Os testes sorológicos hoje no mercado têm especificidade entre 69% e 75%, ou seja, há pelo menos 25% de chance de o resultado ser falso positivo caso o paciente já tenha sido infectado pelo vírus da dengue no passado. Já o nosso teste tem especificidade de 93% para o Zika", disse Danielle.

O preço de custo do ensaio para detecção do IgG deverá ficar em torno de R$ 10 a R$ 12 por paciente. A Inovatech já conseguiu obter o certificado de Boas Práticas de Fabricação (BPF), fornecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os primeiros lotes para uso experimental já estão sendo produzidos.

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