15/08/2017

Distúrbios do sono podem ter origem nos músculos, não no cérebro

Redação do Diário da Saúde
Distúrbios do sono podem ter origem nos músculos, não no cérebro
"Esta descoberta é completamente inesperada e muda as maneiras pelas quais pensamos que o sono é controlado," disse o Dr. Joseph Takahashi.
[Imagem: UT Southwestern]

Músculos e sono

Os cientistas que vasculham o cérebro em busca de explicações para alguns distúrbios do sono podem estar procurando no lugar errado.

Uma proteína presente nos músculos mostrou-se capaz de afetar diretamente o sono e os efeitos da perda de sono, uma revelação surpreendente que desafia a noção amplamente aceita de que seria apenas o cérebro que controlaria todos os aspectos do sono.

"Esta descoberta é completamente inesperada e muda as maneiras pelas quais pensamos que o sono é controlado," disse o Dr. Joseph Takahashi, da Universidade Sudoeste do Texas (EUA).

A descoberta dá um novo alvo além do cérebro para desenvolver terapias para pessoas com distúrbios do sono - da falta de sono à sonolência excessiva.

Controle do sono

Em experimentos com animais, a equipe do Dr. Takahashi demonstrou como uma proteína envolvida com o ritmo circadiano muscular, chamada BMAL1, regula o modo de dormir e a duração do sono.

Enquanto a presença ou ausência da proteína no cérebro teve pouco efeito na recuperação do sono, os animais com níveis mais altos de BMAL1 em seus músculos recuperaram-se da privação de sono muito rapidamente. Além disso, a remoção da BMAL1 do músculo perturbou gravemente o sono normal, levando a uma maior necessidade de dormir, a um sono mais profundo e a uma capacidade reduzida de recuperação.

O Dr. Takahashi afirma que a descoberta pode eventualmente levar a terapias que possam beneficiar as pessoas cujo trabalho exige longos períodos de vigília, do pessoal de saúde até pilotos de aviões.

"Estes estudos mostram que fatores nos músculos podem sinalizar para o cérebro para influenciar o sono. Se houver vias semelhantes nas pessoas, isso proporcionaria novos alvos para medicamentos para o tratamento dos transtornos do sono," disse ele.

A pesquisa foi publicada na revista científica eLife.

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