29/08/2017

Colesterol bom demais mais que dobra taxa de mortalidade

Redação do Diário da Saúde
Colesterol
"Médicos como eu costumam parabenizar os pacientes com um nível muito alto de HDL em seu sangue. Mas não devemos fazer isto."
[Imagem: Universidade de Copenhague]

Colesterol "bom" demais é péssimo

Em um contraste impressionante com tudo o que médicos, autoridades de saúde e os meios de comunicação vêm divulgando há décadas, pesquisadores da Universidade de Copenhague (Dinamarca) anunciaram agora que as pessoas com níveis extremamente elevados de HDL - o "bom" colesterol - têm uma taxa de mortalidade muito superior à das pessoas com níveis normais de HDL.

Até agora, a ciência e a medicina afirmavam que, quanto mais colesterol HDL uma pessoa tivesse em seu sangue, melhor. Mas o colesterol HDL pode não ser tão bom quanto cientistas e médicos acreditavam.

Os pesquisadores afirmam que seus resultados devem levar a uma mudança radical na forma como o "bom" colesterol é encarado porque contradizem seriamente o pressuposto de que ter um nível elevado de HDL no sangue é algo estritamente positivo.

Colesterol e mortalidade

Os pesquisadores dinamarqueses constataram que as pessoas com níveis extremamente elevados de colesterol bom apresentam maior taxa de mortalidade do que as pessoas com níveis normais.

Para homens com níveis extremamente elevados de HDL, a taxa de mortalidade foi 106% maior do que para o grupo normal; para aqueles com níveis elevados (não extremamente) a taxa de mortalidade foi 36% maior. Para as mulheres com níveis extremamente elevados, a taxa de mortalidade foi 68% maior, não havendo diferenças significativas para níveis não extremos. Na média, a taxa de mortalidade para níveis muito altos de colesterol foi 65% maior.

"Esses resultados mudam radicalmente a maneira como entendemos o 'bom' colesterol. Médicos como eu costumam parabenizar os pacientes com um nível muito alto de HDL em seu sangue. Mas não devemos fazer isto porque este estudo mostra uma taxa de mortalidade dramaticamente maior," disse o Dr. Boerge Nordestgaard, coordenador da pesquisa.

Foram analisados dados de 116 mil indivíduos incluídos no "Estudo do Coração da Cidade de Copenhague" em combinação com dados de mortalidade do sistema dinamarquês de registro civil. Os voluntários foram monitorados por uma média de 6 anos e a amostra registrou um pouco mais de 10.500 mortes.

Níveis de HDL no sangue

Uma vez que os níveis naturais de HDL no sangue são diferentes para homens e mulheres, os "níveis extremamente altos" foram definidos de forma diferente.

Para os homens, um nível extremamente elevado de HDL foi definido como superior a 3,0 mmol/L (116 mg/dL) e o nível muito alto foi definido na faixa de 2,5 a 2,99 mmol/L (97-115 mg/dL).

Para as mulheres, o nível extremamente alto foi definido como superior a 3,5 mmol/L (135 mg/dL).

Na amostra estudada, 0,4% dos homens e 0,3% das mulheres caíram no grupo com níveis extremamente elevados. E 1,9% dos homens apresentaram níveis muito altos.

O estudo também constatou mortalidade excessiva entre as pessoas com níveis extremamente baixos de HDL no sangue. As pessoas com níveis médios de HDL no sangue tiveram a menor mortalidade. Para os homens, esse nível médio foi de 1,9 mmol/L (34 mg/dL) e, para as mulheres, de 2,4 mmol/L (43 mg/dL).

Novas verdades sobre o colesterol

Na verdade, a pesquisa dinamarquesa está em concordância com uma série de outros estudos publicados ao longo dos últimos anos que, aos poucos, estão ajudando a mudar a visão geral sobre o colesterol - tanto o "bom" quanto o "ruim".

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