11/05/2021

Cola elétrica via catéter sela sangramentos sem cirurgia

Redação do Diário da Saúde
Cola elétrica via catéter sela sangramentos sem cirurgia
Esquema de funcionamento e foto do dispositivo aplicador da cola elétrica para veias e artérias.
[Imagem: NTU Singapore]

Catéter com cola

Um novo aparelho médico promete uma maneira mais rápida e menos invasiva de selar lacerações e perfurações nos vasos sanguíneos para estancar sangramentos e hemorragias.

O dispositivo poderá eventualmente substituir a necessidade de cirurgia aberta ou laparoscopia para remendar ou costurar defeitos nos vasos sanguíneos internos.

Trata-se de um novo tipo de adesivo que funciona em ambientes úmidos e é aplicado por meio de um catéter-balão minimamente invasivo. O adesivo endurece mediante a aplicação de uma pequena corrente elétrica, motivo pelo qual ele foi batizado de Voltaglue - algo como "cola elétrica".

Depois de inserido no vaso sanguíneo, o catéter pode ser guiado através do corpo para o local da hemorragia e, em seguida, o adesivo é ativado com eletrodos retráteis, selando o rompimento com cola em alguns minutos, tudo sem precisar fazer nenhum corte cirúrgico.

"O sistema que desenvolvemos é potencialmente a resposta à necessidade médica atualmente não atendida de uma técnica minimamente invasiva para reparar fístulas arteriovenosas (uma conexão anormal entre uma artéria e uma veia) ou vazamentos vasculares, sem a necessidade de cirurgia aberta. Com a Voltaglue e o dispositivo de catéter, abrimos a possibilidade de não ter que fazer incisões cirúrgicas para remendar alguma coisa interna - podemos enviar um dispositivo baseado em catéter para fazer o trabalho," disse a Dra Ellen Roche, da Universidade Tecnológica de Nanyang (Cingapura).

Curativo interno

A equipe demonstrou em experimentos de laboratório, usando o coração de um porco, que o adesivo pode ser administrado com segurança e eficácia em uma variedade de situações, incluindo suportar a alta pressão pulsátil do sangue em artérias como a aorta.

O dispositivo foi usado para fechar uma ruptura de 3 mm na aorta do porco sob um fluxo contínuo de sangue de 10 ml por minuto.

O curativo começou a endurecer após 20 segundos e endureceu totalmente entre 3 a 5 minutos. Após o endurecimento, o remendo efetivamente cola o vaso rompido. Os fios, o balão desinflado e o catéter são então retirados.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Minimally invasive electroceutical catheter for endoluminal defect sealing
Autores: Manisha Singh, Claudia E. Varela, William Whyte, Markus A. Horvath, Nigel C. S. Tan, Chee Bing Ong, Patric Liang, Marc L. Schermerhorn, Ellen T. Roche, Terry W. J. Steele
Publicação: Science Advances
Vol.: 7, no. 14, eabf6855
DOI: 10.1126/sciadv.abf6855
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