17/02/2017

Nova esperança para evitar metástase do câncer

Redação do Diário da Saúde
Descoberto novo alvo para evitar metástase do câncer
Foto de um tumor de melanoma, um dos mais agressivos e difíceis de tratar de todos os tipos de câncer.
[Imagem: Aaron Smith/QUT]

Câncer mais agressivo

Pesquisadores identificaram a forma como as células de melanoma se espalham, abrindo um novo caminho para o tratamento deste que é o tipo mais grave de câncer de pele.

Mais do que isso, afirma a equipe liderada pelo Dr. Aaron Smith, da Universidade de Queensland (Austrália), os resultados abrem novos rumos para o tratamento do câncer em geral, já que o processo pode ser comum a outros tipos da doença.

"O câncer é caracterizado pelo crescimento descontrolado das células, mas se o crescimento descontrolado fosse o único problema então as células cancerosas seriam facilmente tratadas com cirurgia na maioria dos casos," explicou o Dr. Smith.

Mas o que torna o câncer mortal é a sua tendência a invadir tecidos e migrar para outras regiões do corpo, um processo chamado metástase. O melanoma metastático é um dos mais agressivos e difíceis de tratar de todos os tipos de câncer.

Alvo para medicamento

No tumor de melanoma, as células são principalmente proliferativas, mas algumas são mais invasivas e migratórias. Complicando um pouco as coisas, algumas células podem alternar entre esses dois comportamentos, o que significa que uma célula pode espalhar o câncer para outras partes do corpo e, em seguida, mudar de personalidade para ajudar um novo tumor a crescer.

"Nosso projeto de pesquisa descobriu o mecanismo pelo qual essas células de melanoma mudam entre esses dois comportamentos. Este é um avanço importante, uma vez que identificamos um alvo tratável com medicamento como parte desse processo. Evitar essa mudança para o comportamento invasivo permitirá prevenirmos a disseminação metastática do melanoma e, potencialmente, também de outros tipos de câncer," acrescentou o pesquisador.

Os dois tipos de comportamentos das células tumorais são marcados pela expressão de dois diferentes fatores reguladores: MITF (células proliferativas) e BRN2 (células invasivas). O BRN2 reduz a expressão MITF para diminuir a proliferação e colocar as células no modo invasivo, e ele faz isso aumentando a expressão de um outro fator regulador, chamado NFIB.

A equipe finalmente descobriu que esse fator NFIB, por sua vez, é controlado por uma enzima chamada EZH2 - é essa enzima que o pesquisador chamou de "alvo tratável com medicamento".

Droga em testes

A melhor notícia de todas é que já existem drogas em desenvolvimento para inibir quimicamente a EZH2, que estão atualmente em testes pré-clínicos e que poderão, se consideradas seguras e eficazes, serem usadas para bloquear a proliferação do câncer.

De fato, as pesquisas mais recentes têm indicado que a metástase pode ser um alvo mais promissor do que o tumor propriamente dito para tentar curar o câncer.

Os resultados foram publicados na revista EBiomedicine.

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