10/09/2015 O risco dos antidepressivos receitados para outras condições médicasCom informações do WFBMC
Pesquisas com um outro antidepressivo, o escitalopram, mostraram que os antidepressivos alteram a arquitetura do cérebro em questão de horas. [Imagem: Schaefer et al./Current Biology 2014]
Sertralina Um antidepressivo largamente receitado pelos médicos e psiquiatras pode alterar a estrutura cerebral de pacientes deprimidos e não-deprimidos de formas muito diferentes. Isto levanta preocupações importantes porque esse antidepressivo está sendo receitado para outras condições médicas que não a depressão, gerando efeitos fisiológicos colaterais significativos no cérebro desses pacientes. O estudo revelou que o antidepressivo sertralina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) comercializado com o nome de Zoloft, aumentou significativamente o volume de uma região do cérebro em indivíduos deprimidos, mas diminuiu o volume de duas áreas do cérebro em indivíduos não-deprimidos. O problema é que essa categoria de antidepressivos - incluindo a sertralina - está sendo receitada para condições como bulimia, ondas de calor, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, recuperação de derrames e disfunção sexual, ainda que não existam estudos sobre o efeitos dessas drogas sobre os volumes cerebrais desses pacientes sem diagnóstico de depressão. Antidepressivo para pessoas sem depressão Neuroimagens feitas após um tratamento padrão com o medicamento revelaram que, nos indivíduos deprimidos, a droga aumentou significativamente o volume de uma região do cérebro, a parte anterior do córtex cingulado, enquanto diminuiu o volume desta região e do hipocampo nos indivíduos não-deprimidos. O crescimento da região nos pacientes deprimidos era esperado porque os cientistas acreditam que os inibidores da recaptação da serotonina combatem a depressão induzindo o crescimento neural e a conectividade nessas regiões do cérebro. "Essas observações são importantes para a saúde humana porque o Zoloft é largamente receitado para um grande número de desordens além da depressão," disse Carol Shively, do Centro Médico Batista Wake Forest (EUA), cuja equipe analisou o efeito do medicamento no cérebro de primatas não-humanos com estruturas e funções cerebrais semelhantes às dos seres humanos. "Os resultados precisam ser mais investigados em populações de pacientes para ver se essas drogas produzem efeitos similares em humanos," recomendou Shivley. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=risco-antidepressivo-pacientes-sem-depressao A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |