20/06/2023

Uso contínuo de descongestionantes nasais pode gerar dependência ou coisa pior

Redação do Diário da Saúde
Uso contínuo de descongestionantes nasais pode gerar dependência ou coisa pior
Além de parar de funcionar, o excesso de uso dos descongestionantes nasais pode ter efeitos colaterais graves.
[Imagem: Freepik]

Taquifilaxia

Nos dias mais frios, que evidenciam a chegada do inverno, é frequente o aumento de casos de resfriados, rinites e crises alérgicas.

Um dos sintomas dessas condições é a obstrução das vias nasais, que causa incômodo e é comumente tratada com o uso de medicações de efeito rápido, como os descongestionantes nasais.

"Nesta época do ano nós temos uma queda da umidade relativa do ar e diminuição da temperatura, condições que facilitam a suspensão de partículas alergênicas e irritativas para o nariz e aumentam a circulação de vírus," explicou o Dr. Edwin Tamashiro, da USP de Ribeirão Preto (SP).

Mas há um problema bem conhecido das pessoas mais acometidas por essas condições, um problema que responde por um nome bem menos conhecido: Taquifilaxia.

A taquifilaxia é o fenômeno em que o efeito de um remédio se perde após seu uso excessivo: Quando os descongestionantes nasais são usados por mais de cinco dias continuamente, seu efeito diminui drasticamente, ou mesmo cessa. E, além do aumento no número de aplicações, o fenômeno pode levar a um aumento de dosagem, aumentando também o risco de dependência da medicação.

"Aquela pessoa, que começa inicialmente pingando uma ou duas vezes por dia, depois, se ela prolongar por mais de cinco dias, ela tem que eventualmente até carregar esse frasquinho no bolso e pingar toda hora, mesmo depois de ter passado a crise de rinite, uma gripe ou um resfriado," explicou Tamashiro.

Riscos cardiovasculares

O problema não está apenas na taquifilaxia, com o uso excessivo do medicamento também podendo trazer efeitos deletérios para o sistema cardiovascular.

Pessoas que têm ou que já tiveram algum problema de saúde, como hipertensão, arritmia ou infarto prévio, precisam utilizar os descongestionantes nasais com uma cautela ainda maior. "Há vários relatos de pacientes que sofreram picos de hipertensão grave, que tiveram infarto agudo do miocárdio, eventualmente até um acidente vascular cerebral (AVC)," contou Tamashiro.

A boa notícia é que existem caminhos mais seguros para lidar com a congestão nasal. Além do acompanhamento médico "para tratar não só os sintomas, mas também eventualmente a doença de base", segundo Tamashiro, existem os corticoides nasais na forma de spray e também a lavagem do nariz com soro fisiológico: "Diferentemente desses descongestionantes nasais de pingar no nariz, o soro fisiológico limpa as impurezas, hidrata o nariz e limpa o muco," comentou o pesquisador.

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