Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) estão tentando isolar os princípios ativos de duas plantas medicinais com ação contra o câncer.
As substâncias naturais anticâncer foram encontradas na pimenta-de-macaco (Piper tuberculatum), popular no Nordeste brasileiro e das raízes e hastes de um arbusto da espécie Goniothalamus macrophyllus, originário da Ásia.
Inspirados nas plantas, a equipe está formando uma biblioteca de compostos sintéticos capazes de manter a ação antitumoral.
"Há grupos realizando testes com as versões naturais desses compostos, mas a grande vantagem da síntese química é poder torná-los ainda mais eficazes por meio de modificações estruturais. Nosso objetivo é descobrir princípios que sirvam de ponto de partida para a criação de novos medicamentos", afirmou o professor Ronaldo Aloise Pilli.
Isso, contudo, não é fácil, porque depende da identificação correta do princípio ativo, que pode não estar contido em uma única molécula.
O grupo brasileiro está trabalhando com duas moléculas, a piplartina e a goniotalamina.
A ação das moléculas está sendo testada em linhagens de câncer de mama, ovário, pulmão, rim, melanoma (pele), glioma (cérebro), cólon (intestino), pâncreas e próstata.
Até o momento, segundo Pilli, seis compostos sintéticos já mostraram resultados promissores contra tumores de mama, pâncreas e próstata, o que motivou o início dos testes em animais.
"Estamos tentando descobrir por meio de qual mecanismo essas substâncias inibem o crescimento das colônias de células tumorais. Queremos entender em qual estágio da divisão celular esses compostos estão interferindo e descobrir se eles interagem com uma proteína de membrana ou se entram na célula e alteram alguma estrutura do citoplasma ou do núcleo. Esse conhecimento pode nos ajudar a aperfeiçoar as moléculas", explicou Pilli.
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