Sentir e falar
Leva apenas um décimo de segundo para que nossos cérebros comecem a reconhecer emoções incorporadas no tom de voz de quem nos fala.
E não importa se os sons não-verbais são grunhidos de raiva, um riso de felicidade ou um grito de tristeza.
Mas leva muito mais tempo para reconhecer a mesma emoção se ela for simplesmente descrita na forma de palavras.
Emoção no tom de voz e emoção em palavras
Os experimentos revelaram que prestamos mais atenção quando uma emoção - como felicidade, tristeza ou raiva - é expressa através das vocalizações do que quando a mesma emoção é expressa em discurso.
Em outras palavras, falar qualquer coisa com um tom de felicidade torna a emoção mais facilmente reconhecível do que simplesmente dizer "Eu estou feliz".
"A identificação das vocalizações emocionais depende de sistemas no cérebro que são mais velhos em termos evolutivos," comenta o professor Marc Pell, da Universidade McGill (Canadá). "Compreender as emoções expressas na linguagem falada, por outro lado, envolve sistemas cerebrais mais recentes, que evoluíram conforme a linguagem humana se desenvolvia."
Atenção na raiva
Curiosamente, sons e falas de raiva geram uma atividade do cérebro que dura mais tempo do que qualquer outra emoção, sugerindo que o cérebro presta uma atenção especial para os sinais de raiva.
"Nossos resultados são consistentes com estudos de primatas não-humanos, que sugerem que as vocalizações que são específicas para uma espécie são tratadas pelo sistema neural de forma preferencial em relação aos outros sons," disse Pell. "As vocalizações parecem ter a vantagem de transmitir significado de uma forma mais imediata do que a fala."
Isto também é condizente com outros experimentos recentes, que mostraram que detectamos nossas emoções pela nossa própria voz.
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