Jacalina
Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP, desenvolveram um biossensor capaz de detectar a leucemia de forma mais rápida.
A leucemia é caracterizada pelo acúmulo de células anormais na medula óssea, o tecido interno do osso, afetando a produção de células sanguíneas, como os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, podendo ocasionar anemias, infecções e hemorragias.
O biossensor utiliza a estrutura de um biochip para analisar as amostras de sangue e detectar essas células anormais.
Valéria Marangoni e Valtencir Zucolotto utilizaram uma nanopartícula de ouro revestida com jacalina, uma proteína extraída da jaca e que é naturalmente atraída pelas células leucêmicas, que produzem grande quantidade de açúcar.
As nanopartículas são mil vezes menores do que uma célula e contêm um material emissor de luz, que invade apenas as células afetadas pelo câncer, emitindo então um sinal que indica a presença da célula tumoral.
"Inserimos o sangue com as células do paciente no chip e, através da resposta elétrica, é possível saber se as células em contato com o eletrodo são saudáveis ou de leucemia," explicou Zucolotto.
Portátil e barato
Segundo o pesquisador, embora o diagnóstico da leucemia possa ser feito através de análises clínicas muito eficientes, as técnicas atuais têm um alto custo e são bastante complexas.
Já o biossensor, que deverá ser portátil, prático e de baixo custo, poderá ser adquirido em farmácias ou utilizado em ambulatório.
"A nossa ideia não é eliminar os testes que existem hoje, mas disponibilizar uma ferramenta complementar, para que possa ser feita uma primeira análise de forma mais rápida e acessível à sociedade," concluiu Zucolotto.
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