30/09/2011

Proteína transforma células em fábrica de quimioterapia

Redação do Diário da Saúde

Autodestruição

Pesquisadores descobriram uma proteína que funciona como um interruptor que "liga" nas células de câncer a produção de seu próprio medicamento anti-câncer.

Nos testes em laboratório, os cientistas demonstraram que essas proteínas-interruptores, funcionando dentro das células, podem ativar uma poderosa droga que destrói a célula quando encontra um biomarcador indicando que aquela célula é cancerosa.

O objetivo, segundo eles, é lançar um novo tipo de medicamento que faça com que as células de câncer se autodestruam, sem afetar os tecidos normais, evitando, desta forma, qualquer efeito colateral.

Pró-droga

Um dos maiores problemas associados aos tratamentos atuais - tanto a quimioterapia quanto a radioterapia - é que eles afetam também os tecidos saudáveis, o que leva à ocorrência de fortes efeitos colaterais.

Nesta nova estratégia, o médico poderia aplicar uma "pró-droga", ou seja, uma forma inativa de uma droga contra a doença.

Somente quando o marcador indicativo do câncer está presente na célula é que esse interruptor transforma a pró-droga inofensiva em uma potente forma de quimioterapia - apenas para aquela célula em particular.

"A chave efetivamente transforma a célula de câncer em uma fábrica para produzir a droga anti-câncer dentro da própria célula," afirma Marc Ostermeier, da Universidade Johns Hopkins (EUA), um dos autores do estudo.

Fabricação local

Os pesquisadores testaram a estratégia em culturas de células do câncer de cólon e do câncer de mama.

Embora as chaves, ou interruptores, ainda não tenham sido testados em pacientes humanos, e muitos testes ainda precisem ser feitos, os pesquisadores dizem que este é um primeiro passo muito positivo rumo a uma nova estratégia para o combate ao câncer.

Embora muitos pesquisadores estejam desenvolvendo técnicas para levar os medicamentos diretamente para as células cancerosas, Ostermeier afirma que a estratégia da proteína-interruptor resolve vários problemas encontrados por essas pesquisas.

"O conceito da proteína-chave muda o jogo, fornecendo um mecanismo para produzir a droga anticâncer dentro da célula, em vez de tentar levar essas drogas lá para dentro," diz ele.

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