São "pílulas milagrosas", sem qualquer componente ativo e que realmente não deveriam surtir nenhum efeito.
Mas os placebos mostram que, "misteriosamente", funcionam muito bem.
Ao longo das últimas duas décadas, tem havido uma enorme quantidade de estudos sobre o que as pílulas de placebo podem fazer e como elas funcionam.
Já se sabe que, nas situações certas, elas podem ser muito eficazes para aliviar condições como dor crônica e depressão e até melhorar a satisfação sexual feminina.
Mas as últimas pesquisas sugerem que os placebos podem até mesmo ser capazes de ajudar a aliviar sintomas de um dos piores transtornos neurológicos - o Mal de Parkinson.
Placebo contra Parkinson
O Parkinson envolve uma incapacidade do cérebro para liberar dopamina em quantidade suficiente, um neurotransmissor que afeta o nosso humor, mas também é essencial para regular o movimento.
"O que descobrimos é que, em alguém com a doença de Parkinson, um placebo pode liberar tanta dopamina quanto as liberadas com anfetaminas, ou sua velocidade pode igualar à de um sistema de dopamina saudável. Então é uma resposta muito dramática," conta o Dr. Jon Stoessl, do Centro de Pesquisa de Parkinson da Universidade Colúmbia Britânica (Canadá).
Com tudo o que já se estudou sobre a doença, é difícil acreditar que um placebo - uma pílula sem quaisquer ingredientes ativos - possa fazer alguma coisa para ajudar alguém com Parkinson e, mais especificamente, induzir o cérebro da produzir exatamente a substância necessária para combater uma condição neurológica grave.
É isso que está tornando ainda mais impressionantes os resultados das pesquisas do Dr. Stoessl.
Ele já realizou inúmeras experiências com dezenas de pacientes, e não tem mais dúvidas de que um placebo pode aliviar os sintomas do mal de Parkinson.
"Na doença de Parkinson, assim como em muitas outras condições, existe uma importante resposta ao placebo e que pode ser medida com resultados clínicos," disse ele.
Placebo com tratamento real
É bem sabido que, quando um paciente espera que a sua condição vai melhorar, ela realmente melhora.
Os cientistas ainda não sabem como exatamente um placebo é capaz de estimular o cérebro a produzir mais dopamina.
Mas o que é muito claro é que a dopamina não está vindo do próprio comprimido de placebo: não há nada nele. A dopamina é proveniente do cérebro dos pacientes.
E isso parece ir no coração de como um placebo funciona. Há agora um forte corpo de evidências de que um placebo pode ativar a capacidade natural do cérebro para produzir os compostos químicos de que precisamos.
"O efeito placebo é real, quantificável e na verdade você estará se saindo muito bem com uma terapia ativa se você puder obter uma resposta tão boa como a resposta ao placebo," conclui o Dr. Stoessl.
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