Tipos de dor
Denominamos dor o que sentimos após uma pancada, ou quando um objeto perfura nossa pele, mas também quando a saudade de alguém ou a tristeza suga nossas forças.
Mas e quando a dor passa a não ter um ponto de origem específico e, além disso, a ocorrer de forma intensa e ininterrupta?
Essas são as principais características da fibromialgia, uma síndrome que faz referência a uma condição dolorosa generalizada e crônica.
Especialista no assunto, o Dr. Pedro Montoya, da Universidade das Ilhas Baleares (Espanha) esteve na Universidade Federal da Bahia, trazendo as últimas novidades sobre a fibromialgia e as dores crônicas em geral.
Aliviar, e não suportar
Montoya explicou os principais efeitos causados pela fibromialgia no cérebro.
Ao receber qualquer estímulo do, o cérebro ativa as defesas pessoais e autoriza a liberação de hormônio que ajudará a aliviar os constrangimentos dolorosos.
Segundo o pesquisador, o problema surge quando tais estímulos passam a ser frequentes.
"Quanto mais o cérebro for castigado pela dor, mais dificuldade terá em realizar as funções delegadas a ele. Por isso, é de extrema importância procurar métodos para aliviar as dores, e não suportá-las," alerta o pesquisador.
Desconexão entre sensação e corpo
Estudos demonstram que a atividade cerebral de um paciente diagnosticado com a fibromialgia interpreta informações cotidianas de maneira equivocada.
"Há uma relação desnivelada entre o estímulo e a sensação da dor. Tocar levemente a pele de um paciente com dor crônica pode desencadear um quadro generalizado, já que não há relação direta entre a sensação e o corpo," afirmou Montoya.
Alterações no ritmo das passadas e no equilíbrio, disparidade na compreensão das emoções pessoais e alheias - situação que pode interferir diretamente no convívio em sociedade - também são consequências da doença reveladas pela pesquisa de Montoya, ainda em andamento.
"O cérebro de um paciente com a doença interpreta expressões de alegria e tristeza de maneira muito próximas", completa.
Causas da fibromialgia
As causas para o desenvolvimento da doença é o maior desafio para Montoya e, neste caso, todo o estudo se volta para esse fim.
Segundo ele, só a descoberta das causas poderá dar subsídios para o desenvolvimento de trataremos eficazes.
O que se sabe até o momento é que a experiência da dor surge da atividade cerebral e é modulada por diversos fatores bio-psico-sociais (genéticos, hormonais, cognitivos, emocionais, sociais, culturais), além da comprovação das alterações que ocorrem em tal atividade.
Complexidade da dor
O pesquisador chama atenção para a condição de complexidade da dor, reforçando o aspecto de que a mesma não é algo estático, mas que muda com o tempo.
Para ele, responder questões como localização e intensidade não são suficientes para nenhum tipo de diagnóstico que a tenha como principal sintoma.
Esses aspectos são imprescindíveis, entretanto, não podem limitar as investigações. "É necessário compreender a dinâmica da dor e como ela varia a - e na - atividade cerebral", defende.
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