02/07/2018

Parkinson evolui de forma diferente nas mulheres e nos homens

Redação do Diário da Saúde
Parkinson evolui de forma diferente nas mulheres e nos homens
Apesar de todos os avanços, as neurociências estão dando seus primeiros passos - só recentemente se demonstrou que os neurônios não morrem com a idade, como os cientistas defenderam por muito tempo.
[Imagem: Wikimedia]

Fisiopatologia

Além de as mulheres parecerem estar mais bem protegidas contra a doença de Parkinson do que os homens, o desenvolvimento da patologia também apresenta diferenças entre os sexos.

"Estudos demográficos demonstraram que os homens têm uma propensão duas vezes maior de serem afetados pela doença de Parkinson do que as mulheres. No entanto, não era claro se existia uma fisiopatologia específica do sexo assim que os primeiros sintomas apareciam," explicou a Dra. Maja Kojovic, da Universidade de Liubliana, na Eslovênia.

Kojovic e sua equipe então se dispuseram a verificar exatamente essa fisiopatologia entre os gêneros.

O estudo mostrou que as diferenças nas alterações funcionais entre homens e mulheres podem ser detectadas numa fase inicial da doença de Parkinson no córtex motor primário (M1), usando uma técnica chamada estimulação magnética transcraniana (TMS).

Parkinson em homens e mulheres

A equipe avaliou 39 pacientes diagnosticados com doença de Parkinson (23 homens, 16 mulheres) e iguais números de pessoas saudáveis. Foram medidos os seguintes parâmetros: limite de estimulação motora do cérebro, curva de entrada e de saída (ES), inibição intracortical curta (IIC), período de silêncio cortical (PSC) e facilitação intracortical (FIC). Com outra técnica - estimulação associativa emparelhada (EAE) -, foi medida a plasticidade do cérebro.

Nas mulheres, a curva de entrada e de saída (ES) no lado do cérebro mais afetado pela doença de Parkinson é menos acentuada do que nos homens. As mulheres com doença de Parkinson também apresentam uma IIC (inibição intracortical curta) mais bem preservada do que os homens, além de uma tendência para uma melhor resposta ao protocolo de EAE (estimulação associativa emparelhada) no lado menos afetado pelos sintomas da doença.

No entanto, não se encontraram diferenças específicas entre os sexos no limite de estimulação motora do cérebro, na facilitação intracortical, nem no período de silêncio cortical. No grupo de controle saudável, não se encontraram diferenças em nenhum dos parâmetros de estimulação magnética transcraniana entre os sexos.

"As diferenças específicas dos sexos que pudemos mostrar nestas medidas são evidências de diferenças fisiopatológicas numa fase inicial da doença de Parkinson não tratada. O sexo também pode ser um fator relevante para a escolha da terapêutica," disse a Dra. Kojovic.

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