Os rins raramente recuperam suas funções quando são danificados por doenças, o que ressalta a necessidade urgente de um melhor conhecimento do desenvolvimento renal e da fisiologia do órgão.
Há poucos meses, médicos conseguiram pela primeira vez construir um rim "semi-artificial" em laboratório.
Agora eles deram um largo passo adiante, criando uma plataforma para estudar doenças renais a partir de células-tronco.
Pela primeira vez, foram cultivadas estruturas renais tridimensionais a partir de células-tronco humanas, abrindo novos caminhos para o estudo do desenvolvimento das doenças dos rins e para a descoberta de novos medicamentos para as condições que afetam o órgão.
Os resultados, apresentados na revista Nature Cell Biology, foram obtidos por pesquisadores do Instituto Salk de Estudos Biológicos (EUA).
"As tentativas para diferenciar as células-tronco humanas em células renais têm apresentado sucesso limitado," explica o coordenador do estudo, Dr. Juan Carlos Izpisúa Belmonte.
"Nós desenvolvemos um método simples e eficiente que permite a diferenciação de células-tronco humanas em estruturas 3D bem organizadas do broto ureteral, que se desenvolve mais tarde no sistema de duto [do rim]," conta ele.
Os cientistas obtiveram os resultados mesclando células-tronco embrionárias humanas e células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs), células da pele humanas que foram reprogramadas para se tornarem pluripotentes.
Embora estejam longe de servirem para transplantes, as estruturas tridimensionais - ou "mini-rins", como os cientistas as chamam - servirão para testar novos fármacos em laboratório.
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