25/03/2013

Livros falam cada vez menos de emoções

Redação do Diário da Saúde
Livros falam cada vez menos de emoções
Os cientistas alertam que, embora estejam sumindo dos livros, não é possível concluir que as emoções tenham estado menos presentes na população.
[Imagem: Wikimedia/Liam Quin]

Emoções nos livros

Com exceção do medo, as emoções foram sendo continuamente varridas dos livros ao longo do último século.

Pesquisadores britânicos fizeram uma varredura em mais de 5 milhões de livros digitalizados em busca das palavras que nomeiam as emoções.

A lista de palavras procuradas foi dividida em seis categorias, incluindo raiva, nojo, medo, alegria, tristeza e surpresa, normalmente catalogadas como "emoções básicas", ou instintivas, do ser humano.

"Ficamos surpresos ao ver como períodos de humores positivos e negativos são bem correlacionados com eventos históricos. A Segunda Guerra Mundial, por exemplo, é marcada por um aumento marcante de palavras relacionadas à tristeza, e uma diminuição correspondente de palavras relacionadas com alegria," conta Alberto Acerbi, da Universidade de Sheffield.

Mas o estudo publicado na revista científica PLOS One mostra outras surpresas.

A mais marcante é uma queda contínua do conteúdo emocional nos livros publicados nos últimos 100 anos, com exceção da palavra medo, uma emoção que ressurgiu com força na literatura nas últimas décadas.

Contudo, os cientistas alertam que não é possível concluir que as emoções tenham estado menos presentes na população.

"Uma questão que ainda precisa ser respondida", escrevem os autores, "é saber se o uso das palavras representa um comportamento real de uma população, ou possivelmente uma ausência desse comportamento, que é cada vez mais descartado da ficção literária. Os livros podem não refletir a população real assim como as modelos da passarela não refletem o corpo médio. "

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