27/12/2017

Eficácia da vacina contra gripe novamente posta em xeque

Redação do Diário da Saúde
Eficácia da vacina contra gripe novamente posta em xeque
A eficácia da vacina contra a gripe pode ser ainda pior se ela for tomada de mau humor.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Ineficácia

Todos os anos, as empresas farmacêuticas produzem vacinas contra os vírus da gripe que preveem ser dominantes durante a próxima temporada da gripe.

Desta forma, a eficácia da vacina varia de ano para ano porque, entre outros fatores, os vírus da gripe circulante evoluem entre o tempo que a vacina é produzida e o início da temporada de gripe. Na maior parte dos anos, a vacina contra a gripe tem mostrado uma efetividade de 50%, mas ela já chegou a meros 3% no Reino Unido em 2015.

Durante a temporada de gripe de 2017 na Austrália, a vacina contra a gripe alcançou uma eficácia de irrisórios 10% devido ao surgimento da variante H3N2 do vírus, que se mostrou "resistente à vacina".

Cientistas da Universidade do Texas (EUA) e da empresa Biomed Protection publicaram essa previsão com quase dois anos de antecedência, demonstrando que a previsão da eficácia da vacina contra a gripe pode ser possível - eventualmente evitando gastos do governo e das famílias em busca de uma proteção que não obterão. Em seu estudo, os pesquisadores previam quais variantes de H3N2 se tornariam "resistentes a vacinas", e essa previsão foi agora confirmada durante a temporada de gripe australiana de 2017.

"É importante que monitoremos todos os anos a estação da gripe australiana porque a temporada seguinte de gripe nos EUA e na Europa pode ser semelhante," disse o Dr. Slobodan Paessler. "Quando a vacina contra a gripe não é extremamente eficaz na Austrália, as autoridades de saúde norte-americanas e europeias se preparam para uma estação de gripe potencialmente grave".

Não vai melhorar muito

Agora, Paessler e seu colega Veljko Velkovic usaram a mesma plataforma de bioinformática para estimar a eficácia da vacina atual contra a gripe sazonal contra os vírus H3N2 da gripe isolados nos EUA e na Austrália entre julho e setembro de 2017, que estarão presentes na próxima "estação de gripe".

Os resultados sugerem que a próxima safra da vacina não terá um resultado tão pífio em 2018 nos EUA, como teve na temporada de gripe australiana de 2017, mas os números estão longe de serem encorajadores.

Na Austrália havia dois grupos de vírus H3N2 circulantes, e a vacina foi projetada para proteger contra o menor desses dois grupos, e não contra a maioria dos vírus. Nos EUA, prevê-se que a vacina seja eficaz contra a maioria dos vírus da gripe H3N2 circulantes até o momento.

"No entanto, esta situação pode mudar se qualquer um dos vírus do grupo minoritário, que não é coberto pela vacina, venha a se tornar dominante," escreveram Paessler e Veljkovic. "Por esta razão, é muito importante que monitoremos de perto a evolução dos vírus da gripe H3N2 durante a temporada de gripe dos EUA de 2018".

Além disso, recentemente a falta de eficácia da vacina contra a gripe foi associada a uma mutação específica gerada durante o processo de produção da vacina. Paessler e Veljkovic analisaram o efeito da mutação e confirmaram que ela está mudando o vírus da vacina do grupo majoritário para o grupo minoritário, potencialmente diminuindo a eficácia da vacina.

O estudo foi publicado na revista F1000 Research.

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