26/04/2011

Dente artificial poderá substituir dentaduras

Redação do Diário da Saúde
Dente artificial pode acabar com dentaduras
A pesquisa poderá viabilizar a criação da chamada "terceira dentição", quando dentes artificiais substituiriam os dentes naturais "permanentes" em caso de queda por acidente ou doença.
[Imagem: Unifesp]

Terceira dentição

Pesquisadores brasileiros deram mais um passo na viabilização da terceira dentição utilizando a computação gráfica tridimensional para confeccionar estruturas de dente com proporções fiéis aos dos seres humanos.

A reprodução fidedigna do dente humano foi feita por meio do processo de fabricação aditiva, técnica que utiliza modelos computacionais.

A pesquisa poderá viabilizar a criação da chamada "terceira dentição", quando dentes artificiais substituiriam os dentes naturais "permanentes" em caso de queda por acidente ou doença.

O avanço é resultado do trabalho dos cirurgiões dentistas Mônica e Silvio Duailibi, professores da Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP).

O estudo foi desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, órgão de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Fabricação aditiva

A fabricação aditiva, também conhecida como prototipagem rápida, possibilita produzir protótipos diretamente do modelo virtual tridimensional a partir de dados obtidos em tomografias ou ressonâncias magnéticas.

A pesquisa será publicada neste ano no periódico americano Artificial Organ.

De material biodegradável, as estruturas dos molares gerados pela técnica 3D já estão sendo testadas pelos pesquisadores na chamada fase pré-clinica, com o cultivo de células-tronco adultas humanas em ratos.

"Anteriormente, conseguimos desenvolver coroas com todas as suas estruturas, como dentina, esmalte, polpa e ligamento periodontal na mandíbula e abdome dos animais, mas suas dimensões e formato não eram de um dente normal", explica Silvio Duailibi, que é professor adjunto de Engenharia Biomédica no Instituto de Ciência e Tecnologia da Unifesp, em São José dos Campos.

Para Mônica Duailibi, professora da disciplina de Cirurgia Plástica da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, a reprodução dessas estruturas, fiéis ao tamanho e formato do dente humano, e a utilização de células também humanas, marca mais um passo rumo à terceira dentição.

Busca pelo biomaterial ideal

Para que haja a regeneração das estruturas calcificadas do dente humano, Silvio Duailibi explica que é preciso encontrar o biomaterial ideal para a construção das estruturas que receberão as células-tronco.

"Vários materiais biocompatíveis e que são degradados pelo organismo estão em análise", afirma.

De acordo com o Dr. Duailibi, com a obtenção desse componente para a interação das células-tronco e a certeza de que essas células ficarão estáveis e não se transformarão em tumores, o próximo passo será iniciar os estudos em seres humanos. "Entretanto, ainda não temos um prazo para iniciar esses testes".

Dentes de células-tronco

Em 2004, o casal de pesquisadores, que também são pesquisadores do Centro de Terapia Celular e Molecular (CTCmol) da UNIFESP, conseguiu construir coroas dentais no abdome de ratos por meio da Engenharia Tecidual.

Quatro anos depois, eles fizeram com que as coroas se desenvolvessem nas mandíbulas dos animais a partir de células-tronco adultas extraídas de dentes da mesma espécie.

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