08/06/2018

Conexão entre nariz e cérebro pode explicar benefícios da meditação e ioga

Redação do Diário da Saúde
Conexão entre nariz e cérebro pode explicar benefícios da meditação e ioga
"Seria interessante descobrir quais padrões de respiração são mais eficazes em influenciar a atividade cerebral e os estados emocionais humanos."
[Imagem: CC0 Creative Commons/Pixabay]

Respiração ativa

"Respire fundo" é um mantra presente em todas as listas de conselhos para reduzir a ansiedade - e por um bom motivo.

Há cada vez mais evidências fisiológicas relacionando os padrões de respiração com as regiões do cérebro que controlam o humor e a emoção, ajudando a explicar porque práticas como a meditação e a ioga fazem tão bem à saúde - as duas práticas usam a respiração como ponto de partida para seus objetivos psicológicos e espirituais.

Agora, Minghong Ma e Andrew Moberly, da Universidade da Pensilvânia (EUA), descobriram uma rota que pode explicar esses efeitos: neurônios associados ao sistema olfativo que fazem uma conexão entre a respiração e o comportamento.

Padrões neurais de conexão nessas interações podem ajudar a explicar por que práticas de respiração rítmica podem ajudar as pessoas a superar diversos males, como a ansiedade.

Elo entre respiração e cérebro

Os pesquisadores descobriram que o nariz parece executar uma tarefa dupla quando cumpre suas funções de suporte à inspiração e à expiração - ele controla atividades cerebrais e pode ser controlado por elas.

Para desmembrar essas características sobrepostas, os pesquisadores primeiro treinaram camundongos juntando um som específico com um leve choque no pé para induzir o "congelamento" nos camundongos - o congelamento é uma reação de medo desses animais. O resultado do treinamento é que bastava tocar o som associado ao choque do pé que os camundongos literalmente travavam em suas esteiras.

Já se sabia que a amígdala e o córtex pré-frontal pré-límbico, associados à aprendizagem, memória, emoções e tomada de decisões, ficam eletricamente ativos durante o "congelamento", com uma vibração média de 4 Hz.

Este novo experimento mostrou que o comportamento de congelamento, a taxa de respiração e a atividade elétrica dessas regiões cerebrais são todas coordenadas exatamente no mesmo comprimento de onda, mostrando que há uma rota neural unificando todos os órgãos envolvidos, do nariz e pulmões até partes internas profundas do cérebro.

Respiração para controlar cérebro e emoções

Sabendo que os seres humanos têm a capacidade de controlar voluntariamente os padrões de respiração, "agora [os pesquisadores da área] estão se perguntando como respiramos de forma diferente em diferentes situações emocionais," explicou Ma.

"Evolutivamente isto faz sentido. Se um camundongo na natureza sentir o perigo pelo olfato, por exemplo, ele pode congelar e retardar a respiração como um instinto de sobrevivência. Agora, queremos saber como podemos aplicar esse conhecimento aos humanos. Seria interessante descobrir quais padrões de respiração são mais eficazes em influenciar a atividade cerebral e os estados emocionais humanos," concluiu o pesquisador.

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