09/08/2011

Concepção de Deus altera níveis de preocupação e estresse

Redação do Diário da Saúde

"O sumo bem"

Pesquisadores descobriram que as pessoas que acreditam em um Deus benevolente tendem a se preocupar menos e serem mais tolerantes do que as pessoas que acreditam que Deus é um ser punitivo ou indiferente.

David H. Rosmarin e seus colegas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, destacam a urgência de que os profissionais de saúde mental integrem as crenças espirituais de seus pacientes na formulação dos tratamentos.

E, segundo eles, isso ainda é mais verdadeiro no caso de pacientes assumidamente religiosos.

Religião e psiquiatria

"As implicações desta pesquisa para o campo da psiquiatria é que nós temos que levar mais a sério a espiritualidade dos pacientes do que nós fazemos hoje," afirma Rosmarin.

"A maioria dos psiquiatras está despreparada para conceitualizar como as crenças espirituais podem contribuir para o estado afetivo e, assim, muitos teimam em não integrar esse tema no tratamento de uma forma que seja espiritualmente sensível," completa.

A pesquisa incluiu inicialmente entrevistas com cristãos e judeus.

As conclusões mostram que as pessoas que confiam que Deus olha por elas têm menores níveis de preocupação e menos intolerância com a incerteza em suas vidas do que aquelas pessoas que não acreditam que Deus virá ajudá-las.

Deus para os judeus

Um segundo estudo trabalhou diretamente com os adeptos do judaísmo, devido às tendências verificadas na primeira pesquisa.

Os voluntários participaram de um programa de duas semanas, no qual assistiam filmes e palestras voltados para aumentar a confiança em Deus e diminuir a desconfiança na ajuda de Deus.

Os resultados foram os esperados em relação à concepção de Deus - aumentando a confiança das pessoas no "ser supremo" - mas também resultaram em diminuições clínica e estatisticamente significativas na intolerância, na incerteza, nas preocupações e no estresse.

"Estas descobertas ... sugerem que certas crenças espirituais estão intimamente ligadas à intolerância à incerteza e às preocupações para alguns indivíduos," concluem os pesquisadores.

Loucura

Eles destacam o fato de que, embora mais de 90% da população afirme acreditar em Deus ou em uma "força superior", e cerca de 50% afirmar que a religião é muito importante em suas vidas, os médicos ainda não levam a espiritualidade em conta no atendimento aos pacientes.

"Isso é loucura," diz ele. "Nós nem mesmo perguntamos. Nós não somos treinados para fazer isso. E isso é importante," afirma, acentuando que não se trata de uma questão religiosa, mas de uma questão de saúde pública.

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