21/02/2011

Asma: Exercícios físicos diminuem crises e aumentam autoestima

Com informações da Agência Fapesp

Caminhada contra a asma

Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) revelou benefícios surpreendentes das atividades físicas para os pacientes que sofrem de asma.

"Os resultados do estudo mostram que os pacientes que realizaram atividade física tiveram uma redução de 66% nos sintomas de asma quando o exercício foi praticado de forma moderada e isso mostra que o exercício físico pode ser um aliado no controle da doença", revela o pesquisador Felipe Augusto Rodrigues Mendes.

"Somos o oitavo país com o maior número de ocorrências de asma no mundo. As causas dessa inflamação nos pulmões estão associadas a fatores genéticos e ambientais," conta Mendes.

Sintomas da asma

O trabalho de Mendes analisou 101 pessoas com idade média de 35 anos. "Setenta por cento eram mulheres, mas isso é uma característica da doença. Quando o indivíduo é jovem, a asma é predominante em meninos, em adultos ocorre o inverso", explicou Carvalho.

Mendes e seus colegas dividiram os participantes em dois grupos: um que não fazia exercício físico e outro que praticava exercícios aeróbicos duas vezes por semana, como a caminhada.

Após três meses de treinamento físico de intensidade moderada a intensa e medicação controlada, o grupo observou uma melhora significativa não só nos sintomas da asma, como na qualidade de vida pacientes.

De acordo com Carvalho, os pacientes que apresentavam sintomas a cada dois dias, totalizando 15 dias com sintomas por mês, passaram a ter entre um e dois dias de sintomas da doença por semana, somando seis no mês.

Melhor qualidade de vida

Outra boa notícia foi a melhora no convívio social. Com a asma controlada e a capacidade de realização das atividades diárias, os cientistas observaram que a prática de exercícios reduziu significativamente o quadro de depressão e ansiedade nos pacientes.

"Devido ao fato de os pacientes não saberem quando ocorrerá a próxima crise, os pacientes asmáticos são mais ansiosos e depressivos do que a população sem asma", afirmou Mendes.

Segundo ele, o próximo passo é tentar descobrir o mecanismo de ação da atividade aeróbica na redução da inflamação pulmonar.

De acordo com o professor Celso Fernandes de Carvalho, coautor do trabalho, o paciente asmático é mais ansioso e deprimido, abandonando o uso da medicação prescrita pelo médico mais facilmente. "Ele é o que mais custa para o Sistema Único de Saúde", disse.

Um artigo científico descrevendo o trabalho foi publicado na revista Chest.

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