06/03/2012

Apenas 45% das mulheres planejam a gravidez

Redação do Diário da Saúde

Gravidez acidental

O projeto Nascer no Brasil, realizado pela Fiocruz, revelou que apenas 45% das mulheres que dão à luz no país planejam de fato a gravidez.

De acordo com a coordenadora do estudo, Maria do Carmo Leal, "esse número aponta para uma situação preocupante, pois mostra que uma expressiva parte da nossa população não está planejando sua reprodução. Ela vem acontecendo por acidente, e o Ministério da Saúde precisa ficar alerta e trabalhar melhor a questão da contracepção".

O projeto de âmbito nacional, que teve início em fevereiro de 2010, tem como principal objetivo conhecer as complicações maternas e as dos recém-nascidos, de acordo com o tipo de parto no país.

Para isso, já entrevistou 92% da amostra, revelando também que 53% dos partos no Brasil são cesáreos, com prevalência nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.

Inquérito sobre parto e nascimento

O projeto Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento cobriu 191 municípios e 266 diferentes estabelecimentos de saúde.

Foram entrevistadas 90 mulheres em cada instituição de saúde nas categorias pública, privada e mista (que atende pelo SUS e particularmente).

Na pesquisa, as mães foram perguntadas sobre:

  • tentativa de interrupção na gravidez;
  • assistência pré-natal;
  • local no qual realizaram o pré-natal;
  • como o parto foi pago;
  • como chegaram à maternidade;
  • por quantas maternidades tiveram de passar até a maternidade onde, de fato, o parto foi realizado;
  • se tiveram acompanhante no parto;
  • se ficaram satisfeitas por terem direito à acompanhante;
  • e qual foi o tipo de parto.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, apenas 45% das mulheres no Brasil planejam a gravidez, sendo 49% delas na região Sul e 40% na região Norte, sem diferenças entre capital e interior.

Quando perguntadas sobre tentativas de interrupção na gravidez, 2,3% das mulheres responderam que tentaram - a amostra se baseia nas mulheres que tentaram, mas não obtiveram sucesso - sendo 3,7% delas na região Norte, 3,5% na região Nordeste e 1,5% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Pré-natal

Outro ponto levado em consideração na pesquisa foi em relação à assistência pré-natal.

Os resultados da pesquisa apontam que apenas 1,2% das mulheres em todo o país não realizam assistência pré-natal, 2,2% delas na região Norte e 0,6% na região Sul, sem diferenças entre capital e interior.

Quando perguntadas sobre em que tipo de serviço de saúde realizaram o pré-natal, 86% das mulheres responderam que o fizeram no sistema público - sendo 43% delas somente no SUS, e 43% delas no sistema misto - e 14% no sistema privado, sendo essa proporção bem mais elevada no Sudeste, com 22%, enquanto no Norte e Nordeste 5% e 6% respectivamente.

Com relação a como o parto foi pago, 83,6% foram pagos pelo Sistema Único de Saúde, e 16,4% pelos Planos de Saúde.

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