30/10/2020 Vitamina D: Por que suplementos em altas doses podem ser perigososRedação do Diário da Saúde
Além de os cientistas parecerem confusos sobre os suplementos de vitamina D, parece que os exames para verificar a vitamina D podem estar medindo a coisa errada.[Imagem: FRL/UCR]
Hipercalcemia Recentemente, pesquisadores alertaram sobre a confusa ciência envolvendo os suplementos de vitamina D, o que leva a uma falta de critérios na recomendação desses suplementos. Como um primeiro esforço de controle e orientação, o Instituto Federal Alemão de Avaliação de Risco (BfR) - a principal entidade de saúde da Alemanha - preparou uma avaliação de risco à saúde para produtos vendidos no mercado como suplementos alimentares contendo uma dose diária de col-calciferol - o precursor da vitamina D ativa. Nos humanos, a vitamina D é formada na pele pela exposição à luz solar. Em comparação com a produção da vitamina D pelo próprio corpo, sua ingestão pelos alimentos geralmente representa apenas uma proporção pequena do suprimento de vitamina D ao corpo. Contudo, embora uma overdose resultante da produção do próprio corpo não seja possível, certamente pode haver uma superdosagem pelo consumo de altas doses de vitamina D - por exemplo, por meio da ingestão de suplementos alimentares ou vitamínicos. Uma sobredosagem deste tipo leva a valores elevados de cálcio no soro sanguíneo (hipercalcemia). Os sintomas clínicos associados à hipercalcemia variam de fadiga e fraqueza muscular a vômitos e constipação, e podem até levar a arritmias cardíacas e calcificação dos vasos sanguíneos. Se persistente, a hipercalcemia pode causar cálculos renais, calcificação renal e, em última instância, perda da função renal. Risco de sobredosagem da vitamina D Segundo a autoridade de saúde alemã, mesmo sem exposição ao Sol, o consumo diário de 20 microgramas (ug) de vitamina D seria suficiente para atender às necessidades do organismo dessa vitamina para a grande maioria (97,5%) da população. A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), por sua vez, estabeleceu um valor UL (nível máximo de ingestão tolerável) de 100 ug para a vitamina D. De acordo com as pesquisas científicas mais recentes, se adultos e crianças com 11 anos ou mais consumirem uma quantidade diária de não mais do que 100 ug, quaisquer danos à saúde são improváveis. Este valor UL inclui a ingestão de vitamina D de todas as fontes e, portanto, inclui a ingestão de suplementos, ingestão alimentar normal e ingestão de alimentos que foram fortificados com vitamina D. Se preparações de vitamina D em altas doses também forem consumidas, este valor pode ser excedido. Do ponto de vista da ciência nutricional, o consumo diário de preparações de vitamina D contendo doses de 50 ug ou 100 ug é desnecessário. Por outro lado, o BfR considera que prejuízos para a saúde resultantes do consumo de altas doses de vitamina D só devem ocorrer se essas altas doses forem consumidas diariamente por um longo período de tempo, embora, nesses casos, as pesquisas mais recentes apontem para um risco elevado para a saúde. Sol de vez em quando e alimentação saudável A entidade alemã observa que, com um período adequado de tempo ao ar livre, com a correspondente exposição da pele à luz solar, além de uma dieta balanceada, as pessoas terão um suprimento adequado de vitamina D sem a necessidade de tomar preparações de vitamina D ou suplementos. Indivíduos em grupos de risco, para os quais uma falta grave de vitamina D ou deficiência de vitamina requeira intervenção médica, devem primeiro esclarecer qualquer necessidade de tomar tais preparações ou suplementos com seu médico, orienta a autoridade de saúde alemã. Com esta primeira manifestação de um órgão nacional de saúde pública, a expectativa é que as autoridades de saúde dos demais países lancem suas próprias orientações sobre a ingestão de vitamina D em suas várias formas, mas sobretudo no caso dos suplementos. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=vitamina-d-suplementos-altas-doses-perigosos A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |