08/10/2020

Terapia acelular regenera tecido cardíaco sem riscos do transplante de células

Redação do Diário da Saúde
Terapia acelular regenera tecido cardíaco sem riscos do transplante de células
Exossomo derivado de células cardíacas cultivadas a partir de células-tronco pluripotentes induzidas.[Imagem: L. Gao et al., Science Translational Medicine (2020)]

Transplante de células

Pesquisadores da China e dos EUA, trabalhando conjuntamente, desenvolveram uma estratégia que usa exossomos - minúsculos sacos secretados pelas células e ligados à membrana celular - para imitar os efeitos regeneradores do coração que vêm sendo obtidos com os transplantes de células cardíacas.

A vantagem está em evitar os riscos associados a esses transplantes de células inteiras, que nunca chegaram a ser aprovados.

Essa abordagem "sem células", que acelerou a recuperação de ataques cardíacos induzidos em porcos, pode resolver as questões de segurança e eficácia que impediram que as terapias cardíacas de células inteiras chegassem à adoção clínica.

Exossomos

Nos últimos anos, várias equipes têm explorado a possibilidade de usar transplantes de células cardíacas cultivadas a partir de células-tronco pluripotentes induzidas, para curar o tecido cardíaco após eventos como ataques cardíacos. No entanto, as células cardíacas transplantadas muitas vezes não conseguem se enxertar dentro do receptor e morrem após alguns dias.

Além disso, os médicos continuam preocupados que as células que enxertam possam causar problemas graves de saúde, como arritmia, e até contribuir para a formação de tumores a longo prazo.

Em vez de transplantar células inteiras, Ling Gao e seus colegas resolveram esses problemas administrando apenas exossomos, ou pequenos recipientes para proteínas e DNA que são secretados pelas células.

Para isso, eles isolaram exossomos de três tipos de células do coração humano - células musculares lisas, cardiomiócitos e células endoteliais - e os injetaram no coração de porcos após um ataque cardíaco. Os porcos que receberam os exossomos recuperaram mais a função cardíaca e apresentaram cicatrizes menores em comparação com animais não tratados ou que receberam transplantes de células inteiras.

A equipe afirma que os exossomos acelulares "podem permitir aos médicos explorar as propriedades cardioprotetoras e reparativas das células-tronco pluripotentes induzidas, evitando complexidades associadas ao armazenamento celular, transporte e rejeição imunológica".

O próximo passo será testar a terapia acelular em humanos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

URL:  https://diariodasaude.com.br/print.php?article=terapia-acelular-regenera-tecido-cardiaco

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