02/09/2019

ELA: Suporte robótico para o pescoço

Redação do Diário da Saúde
Suporte robótico traz qualidade de vida a pacientes com ELA
Com sensores no colete cervical e com eletromiografia de superfície dos músculos, o colete também se transformou em uma nova ferramenta de diagnóstico. [Imagem: Sunil Agrawal Lab]

Suporte robótico para o pescoço

Um suporte robótico para sustentar o pescoço durante seu movimento natural mostrou ser o primeiro dispositivo capaz de ajudar de fato os portadores de ELA (esclerose lateral amiotrófica) a segurar suas cabeças e apoiá-las ativamente.

O colete cervical ativo deverá melhorar a qualidade de vida dos pacientes, não apenas para melhorar o contato visual durante a conversação, mas também facilitar o uso dos olhos como um joystick para controlar um computador, como fazia o cientista Stephen Hawkins.

Uma equipe de engenheiros e neurologistas liderada pelo professor Sunil Agrawal, da Universidade de Colúmbia (EUA), projetou o suporte robótico incorporando sensores e atuadores para ajustar a postura da cabeça, o que permitiu restaurar cerca de 70% da amplitude ativa de movimento da cabeça dos pacientes de forma confortável.

Como o dispositivo faz seu trabalho usando a medição simultânea do movimento com sensores no colete cervical e com eletromiografia de superfície (EMG) dos músculos do pescoço, ele também se mostrou uma nova ferramenta de diagnóstico para problemas de movimento da cabeça-pescoço.

O suporte também é promissor para uso clínico além da ELA. "A órtese também seria útil para modular a reabilitação para pacientes que sofreram lesões cervicais no pescoço devido a acidentes de carro ou que tenham um controle deficiente do pescoço devido a doenças neurológicas, como a paralisia cerebral," disse Agrawal, cuja equipe já havia desenvolvido um exoesqueleto robótico para tratar deformidades da coluna.

Esclerose Lateral Amiotrófica

Também conhecida como doença de Lou Gehrig, a ELA é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda progressiva das funções musculares, levando à paralisia dos membros e à insuficiência respiratória.

A queda da cabeça, devido à diminuição da força muscular do pescoço, é uma característica definidora da doença.

Ao longo de sua manifestação, que pode variar de apenas alguns meses a mais de 10 anos, os pacientes perdem completamente a mobilidade da cabeça, acomodando-se a uma postura queixo-no-peito que prejudica a fala, a respiração e a deglutição.

Os suportes de pescoço atuais, também conhecidos como coletes cervicais, que são estáticos, tornam-se cada vez mais desconfortáveis e ineficazes à medida que a doença progride.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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