06/09/2022

Sons que ouvimos ajudam a prever o que sentiremos ao tocar as coisas

Redação do Diário da Saúde
Sons que ouvimos ajudam a prever o que sentiremos ao tocar as coisas
A descoberta também promete ajudar nos desenvolvimentos da computação inspirada no cérebro e na inteligência artificial. [Imagem: Kerri M. Bailey et al. - 10.1093/cercor/bht292]

Conexão entre som e tato

Pesquisadores fizeram uma descoberta importante sobre a forma como nossos cérebros processam as sensações de som e toque.

Os diferentes sistemas sensoriais estão todos intimamente interconectados - especificamente neste caso, as regiões que respondem ao toque também estão envolvidas quando ouvimos sons específicos associados aos objetos que estamos tocando.

Kerri Bailey e seus colegas da Universidade de East Anglia (Reino Unido) descobriram que essas áreas do cérebro podem dizer a diferença entre ouvir sons como o de uma bola quicando ou o som de digitar em um teclado.

"Nós sabemos que, quando ouvimos um som familiar, como uma bola quicando, isso nos leva a esperar ver um objeto em particular. Mas o que descobrimos é que ouvir esse som também leva o cérebro a representar o que podemos sentir ao tocar e interagir com esse objeto. Essas expectativas podem ajudar o cérebro a processar informações sensoriais de forma mais eficiente," disse o professor Fraser Smith, coordenador da pesquisa.

A expectativa é que a compreensão dessa área-chave da função cerebral possa no futuro ajudar pessoas neurodiversas ou com condições como esquizofrenia ou ansiedade. E a descoberta também promete ajudar nos desenvolvimentos da computação inspirada no cérebro e na inteligência artificial.

O som do toque

A equipe usou um escâner de ressonância magnética para coletar dados de imagens cerebrais enquanto 10 participantes ouviam sons gerados pela interação com objetos - como quicar uma bola, bater em uma porta, amassar papel ou digitar em um teclado.

"Nossa pesquisa mostrou que partes de nossos cérebros, que se imaginava respondessem apenas quando tocamos objetos, também estão envolvidas quando ouvimos sons específicos associados a objetos que se toca. Isso dá suporte à ideia de que um papel fundamental dessas áreas do cérebro é prever o que podemos experimentar a seguir, a partir de qualquer fluxo sensorial disponível no momento," disse Bailey.

"Compreender esse mecanismo-chave da função cerebral pode fornecer informações convincentes sobre condições de saúde mental, como esquizofrenia, autismo ou ansiedade e, além disso, levar a desenvolvimentos na computação inspirada no cérebro e na IA, acrescentou o professor Smith.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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