04/05/2021

Se e quando são diferentes para o seu cérebro

Redação do Diário da Saúde
Se e quando são diferentes para o seu cérebro
Nosso cérebro tem seus próprios mecanismos para lidar com as probabilidades. [Imagem: MPIEA]

Previsão cerebral

Reações rápidas a eventos futuros são cruciais em muitas situações: Um motorista, por exemplo, precisa responder em frações de segundo a um movimento inesperado de outro carro para antecipar e evitar um acidente.

Essas respostas rápidas são baseadas em estimativas de "se" e "quando" os eventos ocorrerão.

Assim, para saber quando prestar atenção, estão em jogo dois tipos distintos de incerteza: Se o evento poderá acontecer dentro de um determinado intervalo de tempo e, em caso afirmativo, quando ele provavelmente ocorrerá.

Até agora, os neurocientistas não sabiam como o cérebro humano combina essas probabilidades de "se" e "quando" um evento futuro ocorrerá.

Agora, cientistas do Instituto Max Planck (Alemanha) e da Universidade de Nova York (EUA) identificaram os cálculos cognitivos subjacentes a esse complexo comportamento preditivo.

Probabilidades no cérebro

Usando um experimento simples, mas muito engenhoso, Matthias Grabenhorst e seus colegas manipularam sistematicamente as probabilidades de se e quando eventos sensoriais ocorreriam e analisaram o comportamento do tempo de reação de vários voluntários.

A equipe encontrou dois resultados inéditos. Primeiro, a probabilidade de um evento ocorrer tem um efeito altamente dinâmico na antecipação ao longo do tempo, o que é muito diferente da suposição anterior de o cérebro "ficar travado em uma expectativa". Em segundo lugar, as estimativas do cérebro sobre se e quando um evento ocorrerá acontecem de forma independente uma da outra.

"Nosso experimento explora as maneiras básicas como usamos a probabilidade na vida cotidiana, por exemplo, ao dirigir nosso carro," explicou Grabenhorst. "Ao nos aproximarmos de um cruzamento de ferrovia, a probabilidade de as cancelas baixarem determina nossa prontidão geral para pisar no freio. Isso é intuitivo e conhecido."

"Nós descobrimos, no entanto, que essa prontidão para responder aumenta drasticamente com o tempo. Você fica muito mais alerta, embora a probabilidade de as cancelas baixarem objetivamente não mude," acrescentou seu colega Georgios Michalareas.

Este efeito dinâmico de avaliar se um evento ocorrerá independe da avaliação de quando ele ocorrerá: O cérebro "sabe" quando prestar atenção com base em cálculos independentes dessas duas probabilidades, concluem os pesquisadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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