30/11/2012

Especialistas alertam sobre riscos da radiação em tomografias computadorizadas

Redação do Diário da Saúde
Especialistas alertam sobre riscos da radiação durante tomografias computadorizadas
Os exames conhecidos como tomografia computadorizada são baseados em raios X - esses exames também são conhecidos como tomografia computadorizada de raios X ou tomografia computadorizada axial.[Imagem: Wikipedia]

Tomografia de raios X

Especialistas em radiologia publicaram um alerta sobre o aumento no número de exames de tomografia computadorizada.

Segundo eles, pode estar havendo uma superexposição dos pacientes à radiação usada durante esses exames de imageamento médico.

Para contornar o problema, segundo eles, é necessário encontrar meios de reduzir o número de exames de tomografia computadorizada que não sejam estritamente necessários, assim como estabelecer padrões de radiação máxima emitida pelos equipamentos fabricados pela indústria.

Os exames conhecidos como tomografia computadorizada são baseados em raios X - esses exames também são conhecidos como tomografia computadorizada de raios X ou tomografia computadorizada axial.

Indícios acidentais

O mais preocupante do alerta feito pelos especialistas é quanto ao pouco conhecimento que se tem sobre os efeitos reais sobre a biologia humana da radiação emitida pelos exames de imageamento médico.

Segundo eles, a maioria das chamadas "evidências científicas" que atestariam a segurança desses equipamentos e dessas práticas vem de exposições a doses elevadas, instantâneas e que afetam o corpo inteiro - como as que acontecem em acidentes industriais ou do estudo dos sobreviventes das bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre o Japão no final da Segunda Guerra Mundial.

"Os padrões com relação aos 'níveis seguros' de radiação foram calculados para segurança em ambientes de trabalho e são muito conservadores," disse John Boone, da Universidade da Califórnia em Davis (EUA), um dos autores do alerta, publicado no último exemplar da revista Radiology.

"Nós ainda não sabemos se os limites estabelecidos são realmente significativos para a exposição durante os exames médicos," completou.

Segundo ele, a tendência de crescimento no número de exames vem ressaltar a importância de estudos que levem a uma melhor compreensão dos riscos à saúde representados pela exposição à radiação dos exames, em contraposição aos benefícios desses exames.

Medo dos exames

Os especialistas destacam que, como há uma elevação muito grande na incidência de câncer em todo o mundo, é muito difícil identificar a parcela desse incremento que pode ser debitada às pequenas doses da radiação liberada durante os exames médicos.

Sem números adequados para mostrar aos pacientes, isso pode levar ao medo excessivo da população em relação aos exames.

"Reagindo à cobertura da imprensa dos casos de superexposição à radiação, alguns pacientes se negam a passar por procedimentos de imageamento médico," disse Boone. "Ainda que, para quase todos os pacientes, os riscos de passar por um exame médico necessário superam largamente qualquer risco potencial associado com a radiação.

Dose de radiação sobre o paciente

Enquanto medir com precisão a dose de radiação que cada paciente recebe durante um exame seja algo extremamente difícil, é muito simples determinar a radiação máxima que o equipamento de exame pode liberar.

A dose que o paciente recebe de fato varia, por exemplo, com seu tamanho e com seu peso.

Isso significa que adultos de menor estatura e crianças podem receber uma dose de radiação de duas a três vezes maior do que um adulto de elevada estatura ou alto índice de massa corporal - ainda que a dose liberada pelo equipamento seja a mesma.

Os especialistas também destacaram a possibilidade de erro humano, uma vez que os técnicos geralmente são responsáveis por várias máquinas, de modelos e de fabricantes diferentes, cada uma usando nomenclaturas e controles diferentes.

"Em alguns escâneres, você vira um botão para a direita para obter uma dose maior, enquanto em outros se você virar o botão para a direita você tem uma dose menor," exemplificou Boone.

Normatização e ciência

Os especialistas alertam para a necessidade urgente de uma normatização obrigatória para que os fabricantes de equipamentos adotem padrões razoáveis de controle dos equipamentos, além de padrões precisos de radiação emitida.

E, quanto aos efeitos da radiação sobre o corpo humano, somente mais estudos poderão levar a um melhor entendimento sobre quais efeitos a radiação de fato tem sobre a biologia humana.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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