19/01/2012 Remédio contra malária é sintetizado em larga escalaPeter Seeberger
Peter Seeberger e seus colegas descobriram uma forma simples e de alta produtividade para sintetizar a artemisinina, a principal droga contra a malária.[Imagem: Peter H. Seeberger]
Remédio a preços razoáveis O mais eficaz medicamento contra a malária, a artemisinina, poderá pela primeira vez ser produzida a baixo custo. Isto significa que poderá ser possível oferecer a medicação, a preços razoáveis, para todos os 225 milhões de pacientes que sofrem de malária em todo o mundo. Pesquisadores alemães desenvolveram um processo muito simples, com uma única etapa, para a síntese da artemisinina, o ingrediente ativo que até agora só podia ser obtido das plantas. Artemisinina A descoberta da artemisinina é um verdadeiro épico, digno de um roteiro de cinema, e deveu-se à abnegação de uma cientista chinesa, que encontrou a receita em um livro de plantas medicinais com mais de 1.600 anos de idade. Até hoje, a artemisinina é o medicamento mais eficaz contra a malária, e continua sendo extraído da planta Artemisia annua, ou Qinghaosu. Agora a história tem mais um capítulo, graças ao auxílio do oxigênio e da luz. Biotecnologia Ressaltando a importância da planta medicinal, Peter Seeberger e François Lévesque partiram de um subproduto do atual processo de extração da artemisinina de sua planta original. A vantagem é que este subproduto - o ácido artemisínico - pode ser fabricado biotecnologicamente usando leveduras. A partir daí, em uma única etapa, os cientistas produzem o princípio ativo do medicamento contra a malária. Já existiam outras técnicas para fazer isso, mas envolvendo tantas etapas e tantos insumos que o produto final era mais caro do que a artemisinina natural. Fotoquímica Os pesquisadores usaram a fotoquímica - reações químicas induzidas pela luz - para ativar um grupo químico muito reativo do ácido artemisínico, formado por átomos de oxigênio - um endoperóxido. Para que a reação fotoquímica ocorra em todo o material, em larga escala, os pesquisadores construíram um aparato no qual a luz fica no centro de um tubo, por onde corre a mistura a reagir. Assim, a luz atinge todo o material que está fluindo à sua volta, permitindo a fabricação da artemisinina sintética em escala industrial. Segundo os cientistas, o composto produzido poderá ser usado não apenas contra a malária, mas também contra outras infecções e até contra o câncer de mama. A pesquisa foi financiada pela Fundação Clinton. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=remedio-anti-malaria-artemisinina A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |