17/08/2017 Reforçada conexão entre eventos traumáticos e AlzheimerRedação do Diário da Saúde
Indivíduos que apresentaram uma memória traumática - tipicamente muito forte e difícil de ser esquecida - podem sofrer com fraqueza da memória mais tarde.[Imagem: CC0 Creative Commons/Pixabay]
Conexão entre trauma e demência Há evidências crescentes de que o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) aumenta o risco de desenvolver demência mais tarde. O TEPT é um transtorno que pode ocorrer quando a pessoa experimenta um evento traumático. Uma característica comum é que os indivíduos com TEPT revivem frequentemente o evento traumático, uma rememoração muitas vezes desencadeada por estímulos semelhantes aos que acompanharam o trauma original. Uma série de estudos epidemiológicos - estudos de casos efetivamente verificados na população - já demonstraram que indivíduos que sofrem de TEPT são mais propensos a sofrer de doença de Alzheimer na terceira idade. Agora, pesquisadores do Centro Médico Universitário de Goettingen (Alemanha) descobriram um mecanismo molecular que liga os dois distúrbios, dando maior sustentação a essa conexão. Eles destacam a estranha ligação entre um fenômeno que leva a uma memória muito forte sobre um evento específico, e uma memória tipicamente muito fraca na sequência temporal. Desvendar os fundamentos moleculares da correlação entre as duas condições ajudará a identificar terapias direcionadas para as pessoas que sofrem de TEPT, além de ajudar nas pesquisas para compreender melhor - e eventualmente tratar - o Mal de Alzheimer em todos os pacientes. Citoesqueleto Roberto Carlos Balboa e seus colegas identificaram essa conexão molecular ao verificar que a proteína Formin 2 fica desregulada tanto em pacientes com TEPT quanto em pacientes com doença de Alzheimer. Ao investigar mais a fundo a conexão, eles demonstraram que camundongos geneticamente modificados para apresentar a desregulação da Formin 2 apresentaram fenômenos típicos do transtorno de estresse pós-traumático em idade precoce e desenvolveram declínio de memória conforme envelheciam. A Formin 2 é ativa no cérebro, onde ela regula a dinâmica do citoesqueleto, a estrutura que ajuda as células a manterem sua forma e organização interna. Ela é necessária para que os contatos das células neurais se fortaleçam e logo diminuam novamente durante a aprendizagem. "Nossos resultados indicam que pode ser possível desenvolver estratégias terapêuticas para pacientes com TEPT que, ao mesmo tempo, reduzam o risco de desenvolver a doença de Alzheimer," disse o professor André Fischer, coordenador do trabalho. O estudo foi publicado no EMBO Journal. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=reforcada-conexao-entre-eventos-traumaticos-alzheimer A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |