08/06/2011

São Paulo cria programa de reciclagem de filmes de raio X

Redação do Diário da Saúde

Reciclagem das chapas de raios X

O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp lança nesta Semana Mundial do Meio Ambiente uma campanha permanente de coleta de filmes de raio X.

O objetivo é orientar a comunidade interna e também a população sobre o descarte adequado deste tipo de material.

A expectativa é recolher, nos próximos seis meses, mais de 2.000 quilos de filmes que serão destinados a uma empresa especializada em recuperação de prata, um dos componentes do raio X.

Todos os recursos arrecadados serão investidos no próprio Hospital de Clínicas.

Filmes de raios X

Segundo Rosemary Oliveira Juliano, coordenadora da campanha, os filmes de raio X, também conhecidos como chapas, contêm metanol, amônia e metais pesados como cromo e prata, que contaminam o solo e os lençóis freáticos quando descartados de forma indevida no lixo doméstico.

Antes do descarte, alerta Rosemary, as pessoas devem perguntar ao médico que pediu os exames se não haverá uma nova utilização do material com a necessidade de guardá-los.

"Depois de descartados será impossível reaver as chapas", ressalta Rosemary.

A campanha quer incentivar o descarte consciente deste tipo de produto, evitando o descarte em lixo comum, o que é proibido por lei.

Somente no HC são realizados por ano mais de 100 mil exames de raio X.

Recuperação da prata

Para a reciclagem, as chapas de raios X são mergulhadas em uma solução de soda cáustica, passando por um processo de eletrificação do íon de prata.

A prata é recuperada e posteriormente poderá ser utilizada na produção de jóias e talheres.

Já as folhas de poliéster (PVC) de alta qualidade podem ser reutilizadas na produção de embalagens, bolsas, capas de caderno etc.

As soluções de fixadores empregadas na revelação do filme também são destinadas à reciclagem e chegam a 4.500 mil litros/ano somente no HC da Unicamp.

A receita resultante da comercialização da prata (que varia de 3,5 a 10,2 g/l), recuperada a partir do fixador usado é suficiente para que toda a despesa correspondente à sua implantação seja paga. O quilo da prata no mercado custa cerca de R$ 500,00.

Os raios-x têm sido utilizados na medicina praticamente desde sua descoberta, no final do século XIX.

A mesma campanha já foi realizada no Hospital das Clínicas de São Paulo, no Instituto Central. Em São Paulo, foram arrecadadas uma tonelada e meia de radiografias e todo o material foi doado para o Fundo de Solidariedade de São Paulo (Fussesp), que ficou responsável pela venda das chapas a uma empresa de reciclagem.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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