12/07/2022 Nova tecnologia poderá reativar coração sem desfibriladorSite Inovação Tecnológica
Caso típico de uma onda espiral (esquerda) e sua representação em um espaço de fase (direita). [Imagem: Noah DeTal et al. - 10.1073/pnas.2117568119]
Desfibrilação O coração é um órgão bioelétrico, no qual pulsos elétricos precisos, mas que se ajustam dinamicamente, dão sustentação à nossa vida. Mas tudo muda quando essa atividade elétrica se descontrola, gerando uma onda em espiral: Uma onda espiral cria taquicardia - uma frequência cardíaca muito rápida - e várias espirais causam um estado de contração desorganizada, conhecido como fibrilação. Isso hoje é resolvido com um superpulso, um disparo elétrico drástico, quando 300 joules de energia são disparados de uma só vez por um desfibrilador. O problema é que esse disparo energiza não apenas as células do coração, mas todo o corpo, tornando o tratamento extremamente doloroso para o paciente e, não raro, danificando muitas células cardíacas. Agora, um novo entendimento de como essas ondas espirais surgem pode levar a tratamentos muito mais suaves e sem efeitos colaterais. "Ainda não tínhamos uma compreensão clara de como a desfibrilação funcionava. Esta pesquisa explica a energia mínima necessária para realmente encerrar uma arritmia e acredito que esclarece o mecanismo de desfibrilação," disse o professor Flavio Fenton, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA. Dois exemplos de teletransporte de uma onda espiral para um novo local. A linha superior mostra a aplicação de um estímulo uniforme, fazendo a ponta da onda aparecer instantaneamente na nova posição, perto do limite direito, e começa a girar. A linha superior mostra a aplicação de um estímulo descontínuo, começando perto da espiral original e terminando perto do limite esquerdo, criando duas novas ondas espirais com quiralidade oposta. [Imagem: Noah DeTal et al. - 10.1073/pnas.2117568119] Teletransporte de ondas espirais Os pesquisadores descobriram que, como as ondas espirais se desenvolvem em pares, elas também devem terminar em pares. Cada onda espiral está conectada a outra espiral indo na direção oposta. Juntar as ondas espirais através de um choque elétrico elimina instantaneamente ambas as ondas. O passo seguinte consistiu em usar um método matemático para identificar as regiões-chave para uma estimulação por choque elétrico que permite atingir as ondas espirais no momento preciso onde se torna possível anular as duas ondas e desfibrilar o coração. Esse processo de "matar" as ondas espirais na verdade move ambas, o que fez a equipe batizar seu conceito de "teletransporte". "Nós o chamamos de teletransporte porque é muito semelhante ao que você vê na ficção científica, onde algo é movido instantaneamente de um lugar para outro," disse Fenton. De fato, a equipe demonstrou que as ondas espirais podem ser teletransportadas para qualquer lugar do coração. Em particular, as ondas espirais podem ser movidas para que colidam com suas parceiras, o que extingue ambas - para que a desfibrilação ocorra com sucesso, todos os pares de ondas espirais devem ser eliminados dessa maneira. Rumo aos testes A teoria está toda pronta e modelada, e agora a equipe pretende começar os testes práticos em culturas de células. "O próximo passo é provar experimentalmente que o que fizemos numericamente é possível," disse Fenton. Mas a equipe já está em contato com cardiologistas, visando o desenvolvimento de métodos de aplicação da técnica que sejam clinicamente viáveis e práticos. Fonte: Teletransporte de ondas espirais pode desfibrilar corações e parar arritmias Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=reativar-coracao-sem-desfibrilador A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |