16/03/2012 Pulmões de crianças são mais suscetíveis a nanopartículasRedação do Diário da Saúde
Os pulmões não estão totalmente desenvolvidos quando uma criança nasce, passando por uma mudança estrutural radical ao longo dos primeiros anos. [Imagem: Wikipedia/Patrick J. Lynch]
Riscos da nanotecnologia Apesar de todos os benefícios que as nanopartículas estão trazendo, inclusive para a medicina, há riscos sérios envolvidos com o seu uso e manipulação. Já se sabe, por exemplo, que essas nanopartículas oferecem riscos à saúde, e que elas podem não ficar localizadas dentro do corpo, mas migrarem dos pulmões até o fígado. Por conta disso, a Organização Mundial da Saúde criou um grupo de estudos para mapear todos os riscos da Nanotecnologia à saúde e ao meio ambiente. Uma nova descoberta mostra que essas preocupações estão longe de ser infundadas. Nanopartículas nos pulmões de crianças O Dr. Akira Tsuda e sua equipe da Universidade de Harvard (EUA) descobriram que a inalação de nanopartículas é ainda mais perigosa para as crianças. O comportamento do pulmão das crianças em relação às nanopartículas é diferente porque, nelas, os alvéolos, as pequenas "bolsas" que aumentam a área superficial dos pulmões, ainda estão se desenvolvendo. E, segundo o Dr. Tsuda, o fluxo de ar nos pulmões depende do nível de desenvolvimento dos alvéolos. Isto envolve, sobretudo, a forma como o ar que sai e o ar que entra nos pulmões a cada respiração cria vórtices que determinam se as nanopartículas vão se depositar ou serão expelidas de volta para o ambiente. Mistura caótica Os pulmões não estão totalmente desenvolvidos quando uma criança nasce, passando por uma mudança estrutural radical ao longo dos primeiros anos. "Em experimentos com animais, nós descobrimos que a deposição das nanopartículas é inicialmente muito baixa (nos recém-nascidos), para logo aumentar significativamente" conforme o pulmão se desenvolve, afirmou Tsuda. O comportamento daquilo que o pesquisador chamada de "mistura caótica" - ar que sai, ar que entra e nanopartículas - depende do tamanho dos alvéolos. E, nos alvéolos pequenos das crianças, a tendência de deposição das nanopartículas - e, portanto, sua permanência nos pulmões - é maior do que nos alvéolos maiores dos adultos. "O estudo sugere que a quantidade de nanopartículas depositadas nos pulmões das crianças varia com a idade. É importante então levar em conta as diferenças na deposição quando se prescreve uma dosagem de medicamento para as crianças," conclui o cientista, referindo-se a medicamentos por inalação, que contêm nanopartículas. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br/print.php?article=pulmoes-criancas-nanoparticulas A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |